quinta-feira, 31 de março de 2016

SINDMETAL realiza '1º Torneio de Sinuca e Palitos' dos Metalúrgicos de São Luís

Cartaz do Torneio
O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de São Luís (SINDMETAL) realiza no próximo dia 3 de Abril o '1º Torneio de Sinuca e Palitos' dos Metalúrgicos.

O evento acontece na Sede Social da entidade, na Estrada de Ribamar, a partir das 10:00.

As inscrições podem ser feitas até a sexta feira (1º) na Sede Administrativa do Sindicato.

Os sócios não pagam inscrição e devem contribuir com 1 KG de alimento não perecível para ser entregue pelo Sindicato a uma Casa de Ajuda. 

Os não sócios devem contribuir simbolicamente com uma taxa de R$ 5,00. 

Além dos Torneios a entidade disporá de toda a estrutura da Sede Social aos presentes e ainda música ao vivo de qualidade. 

 

Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão entrega propostas de Acordos e Convenção Coletiva de Trabalho ao setor patronal

Presidente do STTREMA, Isaías Castelo Branco
O Sindicato dos Rodoviários do Maranhão informa que já encaminhou as empresas locadoras de veículos, de limpeza pública e que realizam o transporte intermunicipal e interestadual a proposta de Acordo Coletivo e Convenção Coletiva de Trabalho que rege os direitos da categoria. 

Os empresários agora deverão se reunir com a entidade para discutir cláusulas importantes contidas no documento e chegar a um denominador comum entre as partes, mas acima de tudo, que assegurem os benefícios já conquistados pelos trabalhadores.

No caso das empresas que atuam no transporte público de São Luís, essas são representadas pelo Sindicato Patronal, SET. As discussões acontecem entre o Sindicato dos Rodoviários e o SET, que estabelecem tudo o que será garantindo aos trabalhadores, por meio da Convenção Coletiva de Trabalho. 

O Sindicato Patronal também já recebeu a documentação com todas as propostas referentes ao que deve ser assegurado em 2016. O prazo para que contrapropostas sejam apresentadas segue até o mês de Abril.

“É importante deixarmos claro, que nesse ano, o Sindicato dos Rodoviários se adiantou em encaminhar as propostas as empresas e sindicatos envolvidos nesta relação. No momento estamos aguardando uma sinalização para que possamos nos reunir, definir e celebrar todos os acordos e também a Convenção Coletiva de Trabalho. A entidade está à disposição para receber todos os representantes. Nossa meta é estabelecer o que seja benéfico aos trabalhadores, sem é claro causar prejuízos as empresas, mas levando em consideração que essa é uma atividade extremamente estressante e desgastante e que por isso, motoristas, cobradores, fiscais, pessoal do administrativo e manutenção merecem ser recompensados”, afirma Isaias Castelo Branco, Presidente do Sindicato dos Rodoviários do Maranhão.

Fonte: ASCOM - STTREMA

Maranhão também na rota contra golpe fascista

Povo sem medo em São Luís ...
 Centenas de manifestantes confirmaram a posição pró democracia e contra o golpe em curso no Brasil também nas ruas da capital do Maranhão, São Luís e em outras cidades importantes do Estado, como Imperatriz.

Unidos a milhões de brasileiros que ao mesmo tempo saíram às ruas is maranhenses defenderam a legalidade contra a onda fascista tocada por setores conservadores e alinhados a interesses externos ao País.

... e em Imperatriz
Em São Luís entidades como CTB, CUT, UNE, UJS UBES, Sindicatos, Conselhos de Classe, Uniões de Moradores e cidadãos e cidadãs de bem lideraram o Ato que iniciou na Praça João Lisboa, seguiu pela Rua Grande e finalizou na Deodoro com falas contrárias ao golpe.

Em Imperatriz a sociedade se posicionou contra o golpe em Ato Político realizado na Praça de Fátima, centro, seguindo em caminhada pelas ruas da cidade.



Em Brasília Júlio Pinheiro lidera educadores contra o golpe e em defesa da democracia

Julio Pinheiro ... 
 O Presidente do SINPROESEMMA Professor Júlio Pinheiro falou agora a pouco em Brasília no Ato político contra o golpe em defesa da Democracia organizado pela sociedade civil e movimentos sociais.

Na fala Pinheiro defendeu a legitimidade do povo brasileiro em fazer a luta democrática para garantir as conquistas alcançadas nos últimos anos no Brasil em especial no setor educacional.

Júlio Pinheiro chamou a atenção para o momento de disputa acirrada no País e enfatizou que "não é golpeando a democracia ou rasgando a Constituição Federal que conseguiremos retomar o caminho do crescimento.".
... falou para milhares contra o golpe

"É preciso união nacional e o esforço das forças populares, nacionalistas e democráticas para garantirmos o caminho da soberania e da afirmação dos interesses nacionais.", destacou Júlio Pinheiro para mais de 100 mil manifestantes.

O dirigente sindical liderou uma delegação de educadores do Maranhão em Brasilia. A delegação é formada por diretores do SINPROESEMMA e trabalhadores da base e deve retornar a São Luís já na sexta (1o).

terça-feira, 29 de março de 2016

Flávio Dino: "Não existe impeachment por não gostar do governo"

Governador Flávio Dino
Sobre o golpe em curso no Brasil muitos são os que se levantam em defesa da Democracia e da Constituição Federal.

Inclui-se o advogado, professor e Governador do Maranhão pelo PCdoB Flávio Dino.

Veja o que ele ensina.

"Aos que dizem que impeachment é constitucional porque "está na Constituição". Sim, mas somente para crimes provados, pessoalmente cometidos.

Não existe impeachment por não gostar do governo ou por pressa em chegar ao poder. Isso que está na Constituição, que deve ser cumprida.

Isso que defendo: respeito ao calendário de eleições estabelecido na Constituição. A próxima é em 2018.

Mais um absurdo: configura crime de responsabilidade uma pessoa deixar de ter foro na 1ª instância e passar a ter no STF. Constrangedor.

Essa é a nova "acusação" contra Presidenta da República: baixou Ato que faz com que uma pessoa seja julgada pelo mais alto Tribunal do País.

Se acolhida essa esdrúxula tese da OAB, seria uma agressão à imagem do STF, posto sob suspeição. Realmente não faz sentido.

Importante recordar que, segundo a Constituição, fatos do mandato presidencial ANTERIOR não tem qualquer relevância jurídica para o ATUAL.".

Governo do Estado incentiva a produção cinematográfica no Maranhão

O Governo do Estado está promovendo diversas ações com o objetivo de promover o setor de audiovisual no Maranhão. Algumas delas foram apresentadas pela Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), no sábado (26), durante o encerramento do 8º Festival Maranhão na Tela.
Durante o debate “Uma Política Pública para o Cinema Maranhense”, o secretário Jhonatan Almada destacou, entre as ações, a criação da Escola de Cinema do Maranhão, inaugurada no último dia 17. Presentes, representantes das secretarias de estado de Cultura e Turismo, do município de São Luís e da Agência Nacional do Cinema (Ancine).
“A partir da gestão do governador Flávio Dino houve uma mudança de leitura e de prática em relação ao cinema, sobretudo com a criação da Escola de Cinema do Maranhão”, observou Jhonatan Almada.
No festival foram exibidos dois curtas-metragens produzidos durante o Curso na modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC) de Cinema, oferecido ano passado pela Secti. “O Curso FIC foi uma primeira iniciativa nossa que gerou frutos e, aqui, começa a aparecer para o mundo do cinema”, destacou o secretário.
A Escola de Cinema do Maranhão, segundo explicou o secretário, é uma Unidade Vocacional do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (Iema). Funciona na Rua Portugal, nº 221, na Praia Grande, com a realização de cursos em todas as áreas técnicas do cinema, além de capacitação regular de formação de roteiristas e diretores, que terá duração de um ano.
Neste semestre, a escola irá ofertar três cursos na modalidade FIC, de 160 horas cada: Direção de Fotografia, Som para Cinema e Atuação para Cinema. Em agosto será iniciado o curso regular de formação de roteiristas e diretores. Todos serão gratuitos e o processo de ingresso respeitará o sistema de cotas. Em abril, será lançado o edital dos quatro cursos e a expectativa é lançar um de graduação no primeiro semestre de 2017.
Jhonatan Almada contou que a Escola de Cinema deverá consolidar um projeto ainda maior que é a criação de um Polo Audiovisual no Centro Histórico que será criado pelo governo do Estado com o apoio do Ministério da Cultura e da Ancine.
“Com essa iniciativa, além da mobilização cultural, você gera desenvolvimento econômico, emprego e renda, porque você mobiliza toda uma cadeia produtiva”, observou o secretário.
Maranhão na Tela
O Festival Maranhão na Tela movimentou a Praia Grande durante seis dias de evento com a realização de mostras competitivas de animação, mesas-redondas, cursos, máster classe, entre outras atividades. A premiação Mostra Maranhão de Cinema Competitivo marcou o encerramento do festival que reuniu centenas de pessoas amantes da sétima arte.

Lei de cotas para negros entra em vigor no Maranhão

Gerson Pinheiro observa Governador Flávio Dino assinar Lei
A partir desta terça-feira, 29 de março, passa a vigorar a lei 10.404/2015, que destina 20% de vagas nos concursos públicos estaduais para negros.
A lei foi sancionada em 29 de dezembro do ano passado pelo governador Flávio Dino após passar por amplo debate com a sociedade maranhense em audiências públicas, promovidas pela Secretaria da Igualdade Racial – Seir
Nos polos regionais de Bacabal, Imperatriz, Codó, Viana, Santa Inês e São Luís, a Seir apresentou o projeto a um público formado por professores, políticos, movimentos sociais, quilombolas e representantes da religião de matriz africana, que apresentaram novas alterações ao projeto inicial.
Após ser aprovado pela Assembleia Legislativa no fim de dezembro, o projeto de lei foi encaminhado ao Executivo, que o sancionou na presença de políticos e representantes do movimento negro do Maranhão.
A lei constitui um avanço na política de igualdade racial no Estado, visto ser uma iniciativa que pretende oportunizar aos negros inserção na administração pública por meio da reserva de cotas raciais. Pelo menos quatro Estados brasileiros já dispõem de leis de cotas para negros.
A professora Maria das Mercês Aguiar Ribeiro disse que a lei de cotas representa uma grande conquista para a maioria da população do Estado. “A lei de cotas dá melhores condições para o povo negro ingressar no emprego público. Espero daqui para frente ver mais negros nas repartições públicas”. A professora falou ainda do caráter social da lei. “Com esta lei, o governador fez justiça social para milhões de maranhenses”, frisou a professora cajapioense.
O secretário Gerson Pinheiro explica as mudanças provocadas pela lei: “A lei de cotas é uma política afirmativa e promoverá uma mudança estrutural na sociedade. Sentiremos seus efeitos nos próximos anos, na medida em que os negros forem ingressando no serviço público, levando sua cultura e conhecimentos para contribuir com a prestação de serviços do Estado, diminuindo o distanciamento existente entre a máquina estatal e a ampla maioria de população formada por negros”.
Para o secretário, foi acertada a iniciativa de fazer o debate com a sociedade, colhendo suas contribuições. “Levamos ao debate público o projeto e obtivemos o apoio do povo. Com a lei, o Governo do Estado  garante aos negros direitos historicamente negados”.
A Coordenadora da Igualdade Racial de Cedral, Andrea Cristina Rabelo, disse que se sente feliz com esta iniciativa do governador Flávio Dino. “Quanto mais oportunidades tiver o povo negro do Maranhão, mais espaços serão conquistados e mais cidadania garantida”.

SINPROESEMMA denuncia quadrilha que oferece rapidez na Justiça em troca de depósito antecipado

A Assessoria Jurídica do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) orienta a categoria a não realizar depósitos como forma de acelerar ou antecipar os resultados de decisões judiciais. 
Advogados do SINPROESEMMA identificaram uma quadrilha extorquindo dinheiro dos profissionais em troca de pagamento em conta corrente de terceiros.
Segundo os primeiros levantamentos, os criminosos pegam os dados pessoais dos professores e, em seguida, oferecem facilidades na tramitação dos processos judiciais. Para ter acesso aos recursos, o grupo informa dados para o depósito em uma conta bancária, porém, após a transferência dos recursos, os criminosos somem, causando prejuízos financeiros aos educadores.
“É estelionatário. Algumas pessoas foram vítimas e efetuaram depósitos de mais de R$3 mil. Nossa orientação é que, após o contato com essas pessoas, busque o SINPROESEMMA, que é o representante da categoria”, alerta Luiz Henrique Teixeira Falcão, assessor jurídico do Sindicato.
Luiz Henrique acrescenta que a remuneração dos serviços jurídicos, que recebe o nome de honorários advocatícios, é realizada no fim do processo e deve ser concretizada na presença do educador (cliente) e do advogado, e não por telefone, usando pagamento direto em conta corrente.
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Fonte: SINPROESEMMA

SINPROESEMMA homenageia professora Ana Duarte

Professora Ana Lúcia Duarte Silva
A direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) vem a público manifestar pesar pelo assassinato da professora da rede estadual, Ana Lúcia Duarte Silva. 
A educadora tinha 51 anos e lecionava a disciplina de História no Centro de Ensino Lara Ribas,  em São Luís.
A educadora, que também era bailarina e ativista social, foi morta no sábado, 26, durante tentativa de assalto no km 15 da BR 135, quando criminosos teriam aproveitado as condições precárias do asfalto para roubar os pertences da professora. Durante a ação, os bandidos atiraram na professora, que não resistiu e veio a óbito.
Diante do crime bárbaro, a direção do SINPROESEMMA se solidariza com os familiares, colegas de profissão e estudantes da professora.

SINFA lança campanha 'SOS AGED'

Cartaz da campanha lançada pelo SINFA
A pauta de negociação do SINFA para 2016 foi aprovada durante assembleia geral extraordinária do Sindicato dos Servidores da Fiscalização Agropecuária do Maranhão (que reúne os integrantes do Grupo AFA na Agencia Estadual de Defesa Agropecuária – AGED).

O destaque foi o SOS AGED, campanha de ampla visibilidade destinada a sensibilizar o Governo do Estado para medidas saneadoras na administração, nas instalações físicas e em relação ao equipamento das unidades no interior do Estado. A campanha será lançada oficialmente no dia 2 de maio.

Plano – Outros pontos da pauta são: concurso público para preenchimento de vagas no quadro técnico da agencia, adicional de qualificação para os servidores de nível técnico e médio, revisão do auxílio-alimentação, implantação do SISBOV, reforma administrativa e revisão do PCCR do AFA.

Com mais de 10 anos, o Plano de Cargos e Salário que atende aos servidores da autarquia está a merecer adequação. Para atender esse objetivo será formado Grupo de Trabalho. Ele reformulará o plano atual, introduzirá as modificações que se impõem na atualidade e o encaminhará à direção do sindicato, que levará ao Governo do Estado.

Fonte: SINFA

Renato Rabelo: 'O Brasil diante de uma encruzilhada histórica'

Renato Rabelo
O Brasil neste momento chega ao paroxismo da desordem jurídica, aprofundando a polarização política e social, colocando em xeque a democracia duramente conquistada. O povo e a nação se encontram diante de uma encruzilhada de sentido histórico, que importará no destino do país para seu avanço ou retrocesso civilizacional.
O movimento pelo impeachment iniciado logo após a tomada de posse pela presidenta Dilma Rousseff, demonstrando ineditismo na nossa história política, ressaltou desde então que as classes dominantes e as forças políticas a seu serviço, derrotadas nas urnas, não iriam se conformar em ter mais quatro anos fora de seu domínio no centro do poder, mais ainda nas condições de grande crise global do capitalismo.
Sentindo-se ameaçadas impulsionam crescente escalada para impedir o governo da presidenta Dilma, perseguindo incessantemente sua deposição. A situação atingiu seu clímax com a perspectiva de Lula tornar-se candidato presidencial em 2018. As forças de direita intensificaram a desestabilização do curso político criando sérios obstáculos ao governo federal.
O Brasil atingiu a dramática situação cujo epicentro político passou a ser o golpe político-judicial-midiático em marcha que, para defini-lo, ganhou uma variedade de denominações: "Golpe Frio", "Golpe Institucional", "Golpe tipo novo", "Golpe de Estado do Século 21". As forças conservadoras sem as condições de décadas passadas, quando desencadeavam o golpe de Estado a manu-militari, hoje passaram a usar outros meios: o conteúdo e objetivo são os mesmos, ou seja, derrubar governos de forças democráticas e progressistas, valendo-se do biombo da luta contra a corrupção, apoiados na classe média tradicional, semelhante às situações passadas; hoje o golpe de Estado adquire um formato moderno, tornando-se uma conjuração político-judicial-midiatica, com fachada legal. Por sua brilhante trajetória judicial e política, Flavio Dino, governador do Maranhão, com base em sua valiosa experiência, exprimiu de forma marcante e afirmativa a situação, indo ao âmago da questão – "a toga não pode ser usada para fazer política".
No caso brasileiro as forças conservadoras e reacionárias agiram propositadamente para desvirtuar a Operação Lava Jato, em si mesma destinada à luta contra a corrupção, para desviá-la da sua finalidade judicial, transformando-a em ostensivo instrumento de ação política. A sua lógica deixou de ser judicial para ser política.
Agora atinge seu ápice: é manifesta a sua convergência maior em suscitar o extermínio político da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e golpear as correntes populares, o PT e a esquerda. Se esse golpe de novo tipo prevalecer, as mesmas forças que instrumentalizaram essa operação, cumprida sua missão de seletividade investigativa e condenatória, necessariamente passarão a empurrá-la ao limbo e fenecê-la.
O complô conservador abriu caminho para erguer a ultradireita – na sua insurgência vale-tudo, até de destruir a economia nacional – conquanto limpe o terreno para apressar sua tomada do poder executivo. O governo é ameaçado e desestabilizado sistematicamente por um estado de exceção paralelo, condutor do golpe político-judicial-midiatico, buscando sua consumação através de um processo de impeachment sem crime. Esta é a singularidade do jogo de forças na hora presente. E as figuras que têm um papel político decisivo para derrubar a presidenta – ela não possui nenhuma culpa ou crimes de responsabilidade preceituados na Constituição -- estão comprometidas e indiciadas em processos, e no escandaloso caso do presidente da Câmara dos Deputados considerado réu em processo acusatório pelo STF. Tal situação descaracteriza mais ainda a legitimidade do curso impetrado para o impedimento da presidenta da República e denuncia o que está por trás dessa grande conspiração das elites conservadoras dominantes.
O cenário político em presença afigura uma nova fase em que as forças de direita crescem e se tornam mais agressivas, arrastando neste momento de aguda polarização parcelas significativas de forças vacilantes e menos consequentes, aquelas que estão no centro do espectro político brasileiro. Nesta fase em desdobramento, o povo e a nação são levados a estar diante de uma encruzilhada, cuja escolha determinará o seu futuro: assim, corremos o risco do judiciário ter seu papel equivalente a de uma republiqueta qualquer, prevalecendo o autoritarismo e o arbítrio; voltará nosso país a ser destinado somente para 1/3 da população, enquanto os outros 2/3 retornarão à condição de exclusão; prevalecerá mais ainda o rentismo em detrimento da produção; o Brasil retornará a se alinhar automaticamente às grandes potências capitalistas; a grande mídia, como a Rede Globo e a revista Veja, voltará a encontrar o caminho livre aos cofres públicos; as eleições voltarão a ser financiadas pelas empresas.
Ou, em contraste com estes paradigmas programáticos, consolidará o Estado Democrático de Direito, com as instituições que sejam crescentemente expressão da soberania do povo, baseadas na Constituição; aprofundará a redução das desigualdades sociais e regionais; avançará a soberania e a independência nacional no contexto internacional; o livre direito de expressão poderá se tornar realidade; as eleições serão cada vez mais livres do poder econômico.
Portanto, o que está em jogo neste momento é o futuro da nossa grande Nação, dias que acumulam mais de uma década, implicando na perspectiva a seguir.
Mas a luta antigolpe vem ganhando grande dimensão. O montante de arbitrariedades, cujo cume foi a prisão coercitiva de Lula e as operações persecutórias da Lava Jato despertaram a consciência jurídica e sua resposta contra o golpe. Inspiraram grandes manifestações de rua e sucessivos pronunciamentos e manifestos de juristas, ministros do STF, artistas, prelados da Igreja Católica, reitores, professores e estudantes.
E destacando-se as decisões do ministro Teori Zavasaki e a manifestação do Procurador da República, Rodrigo Janot, direcionando os próceres da Lava Jato à razão e ao âmbito da legalidade.
A resistência democrática atingirá ainda mais altos patamares. Nesta hora de imensa gravidade a presidenta da República tem dado demonstrações eloquentes de elevada dignidade e coragem. Os golpistas na sua desesperada desenvoltura não têm encontrado e não encontrarão o caminho livre para seus intentos. A tendência é que encontrarão -- em qualquer circunstância -- crescente nível da luta de resistência. A derrota golpista engrandecerá a Nação e abrirá caminho para seguir avante na celebração de novo pacto pela emancipação nacional e popular.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Negociação avança e SINPROESEMMA já garante dois dos três pontos econômicos da pauta: Progressões e Unificação de Matrículas

Presidente Júlio Pinheiro cobra reivindicações da categoria
A reunião desta terça-feira, 22, entre o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (SINPROESEMMA) e o governo do Estado, no Palácio de La Rocque, definiu o pagamento de 4.608 progressões, em maio, retroativo a janeiro, e o início do processo de ampliação da jornada de 20 h para 40 h. O piso salarial, outra pauta importante da categoria, ainda não tem prazo para ser reajustado, mas as negociações com o governo continuarão.
As respostas à Campanha Salarial 2016  foram dadas pelo secretário de Articulação Política, Márcio Jerry Saraiva Barroso, ao presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, e demais dirigentes sindicais que o acompanharam durante a reunião, que começou por volta das 17 h e terminou depois das 19h.
A conversação foi iniciada pelo presidente do SINPROESEMMA, que citou pontos da pauta considerados prioritários: as progressões – que já têm do governo garantia de solução -, o reajuste do piso salarial, ampliação da carga horária e o processo de convocação dos concursados.
Reajuste. A resposta provisória do governo é de indefinição sobre prazo para um novo reajuste do piso salarial. O secretário de Articulação Política ouviu as cobranças dos diretores do Sindicato, mas garantiu que “não se trata de falta de vontade política do governo, mas da conjuntura de crise econômica e política que atravessa o país, com agravante queda do PIB [produto interno bruto] estadual”.
O secretário Márcio Jerry alegou que seria falta de responsabilidade do governo do Estado reajustar o salário dos professores neste momento e, depois, não ter como arcar com essa despesa caso venha a se agrave a situação de crise econômica e política do país, com repercussão no Maranhão. Ele apontou risco de atraso de salário, o que, na sua avaliação, resultaria numa perda maior para os professores.
Repasses. Os dirigentes sindicais se mostraram preocupados com a repercussão do não-reajuste na categoria. Questionaram de forma enfática os repasses do governo federal via Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
A vice-presidente, Benedita Costa, pediu explicação sobre os valores reais do repasse ao governo estadual. Acompanharam os questionamentos os diretores Raimundo Oliveira, Janice Nery, Euges Lima, Henrique Gomes e Carlos Mafra. O secretário se comprometeu de apresentar as informações detalhadas na próxima reunião, que será ainda no mês de março.
Ampliação. Márcio Jerry assegurou que as secretarias de Estado de Planejamento (Seplan) e Gestão e Previdência (Segep) estão fazendo o levantamento do impacto orçamentário da ampliação da carga horária – com publicação do edital de implantação em agosto deste ano.
Também para a ampliação, está sendo avaliado o número de contratos que se encerrarão e serão substituídos pelos concursados com carga horária de 40 horas, conforme o edital do concurso e a demanda. Esses contratos não serão renovados. Segundo o secretário-adjunto de Educação, que representou o titular da pasta, Felipe Camarão, o prazo para o processo de lotação dos 1.500 concursados é de 45 dias.
Para o presidente do SINPROESEMMA, Júlio Pinheiro, a garantia de pagamento das progressões em maio representa uma vitória importante em função dos 20 anos que separaram os professores dessa conquista. “Tivemos avanços significativos, como a garantia dessas progressões; estamos na expectativa da convocação dos concursados, em 45 dias, e da ampliação, em agosto. A mesa de negociação continua aberta e esperamos avançar mais para atender aos anseios da categoria”, ressaltou o presidente do sindicato.
Eleição e concurso. Apesar de reconhecer os avanços no atual governo, Pinheiro fez críticas ao processo de eleição para diretor de escola, apontando que as falhas observadas na primeira experiência incentivam a proposta de nova eleição, com o Sindicato participando da elaboração. Semelhante foi a abordagem do concurso realizado, com críticas ao processo,
Outras questões também foram tratadas, como a situação dos educadores do Cintra,  que não foram incorporados na gratificação de 30%. Mil funcionários de escola que participaram do Pro-funcionário já recebem a gratificação.
Na opinião dos sindicalistas, o governo deve se pronunciar e explicar que está buscando as condições para conceder o reajuste sem desconsiderar o contexto de crise.
Fonte: ASCOM - SINPROESEMMA

Fina flor do golpe está no listão da ODEBRECHT

Oposição é a mais citada
A divulgação da lista de supostos repasses feitos pela construtora Odebrecht para mais de 200 políticos de diversos partidos atingiu praticamente todos os membros do quartel general que articula o impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. 
Os documentos referem-se à 23ª fase da Operação Lava Jato, deflagrda no dia 22 de fevereiro sob o nome Acarajé, e foram apreendidos em poder do executivo da empreiteira Benedicto Barbosa da Silva Júnior. Entre os diversos documentos apreendidos pela PF com Benedicto estão comprovantes de pagamentos, transferências bancárias e planilhas com nomes de centenas de políticos.
Entre eles aparecem a cúpula do PSDB: os senadores Aécio Neves (MG), presidente nacional do partido, Cássio Cunha Lima (PB), líder do PSDB no Senado, José Serra (SP), apontado como o principal conspirador do impeachment, Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, os deputados Antônio Imbassahy (BA), líder do PSDB na Câmara, e Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também aparece. 
Também há políticos da base do governo citados nas planilhas de Benedicto. Entre eles estão os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), José Sarney (PMDB-AP) e Romero Jucá (PMDB-RR), do ex-governador Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.
O material foi inicialmente divulgado pelo jornalista Fernando Rodrigues, do UOL. Segundo ele, o material possivelmente é o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela da empresa descoberta e revelada ontem na investigação.
Os documentos foram divulgados nesta terça pela Polícia Federal. No início da tarde desta quarta, o juiz Sérgio Moro determinou o sigilo das listas. "Em decorrência de notícias da imprensa, constato que, aparentemente, na residência de Benedicto Barbosa da Silva Júnior foram apreendidas listas com registros de pagamentos a agentes políticos", diz Moro no despacho.

Fonte: Portal Brasil 247

quarta-feira, 23 de março de 2016

Flávio Dino em Brasília: "Se quiser fazer passeata, basta pedir demissão, mas não use a toga pra fazer política".

Flávio Dino fala em Brasília
Um ato no Palácio do Planalto, em Brasília, marcou a entrega de documentos de apoio de juristas à presidenta Dilma, após uma conversa dela ter sido grampeada e divulgada pelo juiz Sérgio Moro. 

Organizações como a Juízes pela Democracia e Rede Nacional de Advogados Populares (Renap) entregaram cartas criticando o que chamam de excessos da Operação Lava Jato, reduzindo a garantia de direitos de defesa dos acusados.

Advogado, ex-juiz federal e ex-presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), o governador do Maranhão, Flávio Dino, foi o primeiro a falar no Ato dos Juristas pela Legalidade e em Defesa da Democracia. Teve o discurso interrompido várias vezes pela platéia de mais de 100 operadores do direito que lotaram o auditório principal do Palácio do Planalto, nesta terça (22/mar).

Dino ressaltou que o uso das acusações de corrupção na disputa política não é novidade no Brasil. Tanto as críticas ao governo Getúlio Vargas – que culminou em suicídio – quanto o fim do governo Juscelino Kubstcheck foram marcados pelo uso político das denúncias. “O resultado disso nós sabemos. Se elege depois de Juscelino o Jânio Quadros, com sua vassourinha supostamente redentora. E todos nós sabemos a longa noite da ditadura que seguiu a crise institucional daqueles anos”, recordou. 

Para o governador, esta é, portanto, uma estratégia perene na luta política brasileira, que obedece a um objetivo principal: esconder os verdadeiros problemas nacionais. “A maior corrupção que pode existir em uma sociedade é a desigualdade, é a injustiça social. E, por isso, aqueles que pretendem situar a corrupção apenas no Estado, que deve ser combatida, na verdade, pretendem proteger os seus privilégios de classe, de casta”, denunciou.

De acordo com ele, é 1% da população que usa, há várias décadas, esta estratégia para proteger seus interesses. “O que se segue a isto é o que estamos assistindo: o crescimento dramático de posições de corte fascista em nosso país, representadas pela violência, por grupos inorgânicos sem líderes, em busca de um 'duce', um 'füher', um protetor. Ontem, as Forças Armadas. Hoje, a toga supostamente imparcial e democrática”, denunciou.

O ex-presidente da Ajufe reconheceu o trabalho dos juízes brasileiros, mas ressaltou que, em um momento como este, é preciso bem mais que conhecimento técnico. “O mundo é bem mais que os autos”, ressaltou. A interpretação simplista e casuística das leis tem gerado “esse discurso de corte fascista”, afirma Dino, embasando decisões judiciais inconstitucionais e ilegais. É o caso, para ele, dos grampos da presidenta, irregulares perante a Lei 9.269/96, que determina que áudios que não tenham relação com o tema investigado devem ser destruídos.

Impeachment sem motivo é golpe

Flávio Dino afirmou que o processo de impeachment contra a presidenta Dilma segue a mesma linha de atropelar princípios constitucionais. O governador defendeu que não há base jurídica para o impedimento da presidenta Dilma, já que a única acusação que, de fato, consta no pedido, "as chamadas 'pedaladas fiscais', não constituem crime. “Eu também quero novas eleições. Mas em 2018”, provocou.

O governador propôs um combate sem tréguas aos abusos judiciais que, segundo ele, mesmo sendo minoritários, colocam em xeque todo o judiciário. “O Poder Judiciário não pode mandar carta para passeata. Não cabe ao poder judiciário fazer esse tipo de coisa. (…) Não usem a toga para fazer política, porque isso acaba por destruir o poder judiciário”, cobrou.

Maranhão paga a segunda maior remuneração do Brasil para professores da rede estadual de ensino


Os professores do Sistema Estadual de Ensino do Maranhão, com licenciatura plena, recebem a segunda melhor remuneração entre as redes estaduais do país, para um regime de trabalho de 40 horas semanais. 

Com valor de R$ 4.985,44, o estado perde apenas para o Distrito Federal, segundo dados apontados na Tabela de Salários do Magistério da Educação Básica, divulgada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE).


Realizado com base no mês de fevereiro deste ano, o levantamento da entidade sindical também aponta que no Maranhão os professores com nível médio, para mesma jornada semanal, recebem a melhor remuneração final entre os estados brasileiros, chegando a R$ 3.356,86.
No estado, o rendimento final do professor de carreira é composto pelo vencimento acrescido da Gratificação por Atividade do Magistério (GAM) que pode ser de 75% (para docentes com nível médio) e 104% (nível superior – licenciatura), concedidos a todos os professores efetivos em exercício de sala de aula e é contabilizada para aposentadoria.
Além disso, o vencimento base do profissional é reajustado pelo tempo de serviço mais titulação: curso de aperfeiçoamento (10%); especialização (15%); mestrado (20%) e doutorado (25%).
A remuneração com todas as gratificações de um docente de nível superior (licenciatura), para a jornada de 40h semanais, em final de carreira, por exemplo, pode chegar a R$ 8.482,25 (vencimento, titulação, adicional por tempo de serviço e GAM).
“Além de todos os avanços e conquistas do professor que vêm sendo alcançadas desde o início da gestão do governador Flávio Dino, o governo mantém uma agenda positiva e permanente de discussões com o Sindicato da categoria, porque entende que a valorização docente é fundamental para melhorar a qualidade da educação”, destacou o Secretário de Estado da Educação, Felipe Camarão.
Ampliação da jornada
Para garantir a ampliação da jornada de trabalho do professor de 20 para jornada de 40 horas semanais, o governador Flávio Dino assinou, no dia 11 deste mês, o Decreto nº 31.538, no qual os servidores efetivos do Magistério da Educação Básica do Quadro Permanente da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) poderão optar pela ampliação da jornada, com a finalidade de preenchimento de carências no Sistema Estadual de Ensino, condicionada à disponibilidade orçamentária do Estado.
O decreto instituído pelo governador leva em consideração “o direito de que todos tenham acesso ao ensino público de qualidade, capaz de promover o desenvolvimento da cidadania e da dignidade da pessoa humana, bem como o dever do Estado em oportunizar essa oferta; […] a qualidade do ensino passa pela valorização dos servidores integrantes do Subgrupo Magistério da Educação Básica; e […] a necessidade de organizar a jornada de trabalho dos servidores do Subgrupo Magistério”.
A medida possibilita que, trabalhando por dois expedientes no sistema de Educação do Estado, o professor acompanhe de perto o desempenho dos alunos numa mesma escola ou região, por exemplo. A partir da duplicação da carga horária também diminuirá a defasagem no número de professores nas salas de aula estaduais.
Outra inovação proposta pelo projeto de lei é a possibilidade de que um mesmo professor que possua duas matrículas na Secretaria de Estado da Educação (Seduc) possa unificá-las, deixando de ser contratado por dois regimes diferentes, compondo um total de 40h semanais.

terça-feira, 22 de março de 2016

Governo do Maranhão antecipa pagamento de servidores estaduais nesta quinta-feira (24)

Dinheiro na conta

O Governo do Estado antecipará, nesta quinta-feira (24), o pagamento dos servidores públicos estaduais, que estava previsto para ser efetuado no dia 1º de abril. 

Novamente, a medida obedece a determinação do governador Flávio Dino, beneficiando, na véspera do feriado, os mais de 110 mil servidores ativos e inativos do Estado.

O pagamento será efetuado oito dias antes do previsto no calendário de pagamentos elaborado para o ano de 2016, devido a viabilidade financeira do Estado. 
“Considerando o feriado da semana santa, anteciparemos o pagamento dos servidores públicos do Governo do Maranhão”, declarou o governador Flávio Dino.

Plataforma de Armínio para o pós-golpe atenta contra trabalhadores

Armínio e seu amigo Aécio

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga se coloca mais uma vez ao lado dos que não aceitam o resultado das urnas. Adepto do terrorismo econômico, ele se antecipa e já apresenta o receituário neoliberal para o pós-golpe. 

A agenda que propõe atenta contra políticas sociais e direitos trabalhistas. Deixa claro que o projeto defendido pela oposição, ignorando as regras democráticas, é anti-povo, concentrador de renda e riqueza.

Fraga, que foi responsável pelo plano de governo da campanha presidencial do tucano Aécio Neves, insiste em fazer valer a sua plataforma, rejeitada nas eleições pela maioria da população. Aproveita a crise – política e econômica – para pregar o retrocesso. 

À Folha, ele defende abertamente uma “troca de governo (...), enquanto se aguardam eleições e uma liderança com mandato para ir mais fundo nas mudanças”. Ignora que o Brasil passou por um processo eleitoral há pouco mais de um ano, do qual a presidenta Dilma Rousseff sagou-se vencedora.

Para o economista e professor da UFRJ João Sicsú, o que está em jogo, no país, não é o combate à corrupção ou mesmo a tentativa de impedimento da presidenta por crime de responsabilidade e, sim, a disputa de dois projetos para as próximas décadas.

“Há, de um lado, o projeto de concentração de renda e riqueza [defendido por Fraga], e, do outro, um projeto de geração de empregos, inclusão social e distribuição de renda, que fica mais claro com a chegada – ou a tentativa de chegar – do ex-presidente Lula ao governo”, apontou.

De acordo com o professor, é para levar adiante este projeto impopular, que beneficia a minoria da população, que Armínio Fraga defende medidas como “um orçamento base zero, desvinculado e desindexado (...), além de reformas tributária, trabalhista e previdenciária”.

Tomar o governo para controlar o orçamento

“Para haver esse projeto, é preciso que o orçamento federal fique a serviço dele. Ou seja, é preciso recursos para desonerar empresários, pagar mais juros àqueles que têm títulos da dívida pública e dar incentivos de toda maneira ao andar de cima. Isso inclui reduzir ou eliminar programas sociais, rebaixar salário, retirar direitos trabalhistas e previdenciários”, criticou.

Sicsú completou, afirmando que a tentativa de derrubar Dilma ocorre não pelas razões alegadas, mas para viabilizar o retorno a esse projeto. “Para implementar isso, é preciso estar no governo. Por isso, estão ao lado de Aécio Neves, Eduardo Cunha e tantos outros que são denunciados por corrupção, mas que querem derrubar o governo Dilma. (...) A tomada do governo é para controlar o orçamento e colocá-lo a serviço do projeto de concentração de renda e riqueza”.

Mais que o desrespeito à vontade popular e à democracia, Armínio Fraga – como porta voz da oposição – defende uma volta ao passado. As medidas que sugere para o país enfrentar a crise estão alinhadas com o documento apresentado pelo PMDB no ano passado e que, ironicamente, se chama Ponte para o Futuro.

De acordo com Sicsú, a proposta de orçamento base zero de Fraga significa cortar gastos em áreas sensíveis. “A ideia é só avançar nas despesas quando se tem receitas. Mas como as receitas estão deprimidas pela recessão, o primeiro passo será cortar gastos públicos. E, quem está nesse projeto [da oposição], pensa logo em cortar gastos de custeio, que são os salários de funcionários públicos, a compra de medicamentos, os programas sociais”, descreveu.

A Constituição de 1988 estabelece determinados compromissos em relação ao gasto público, percentuais mínimos a serem investidos em áreas estratégicas, como saúde e educação. Fraga, contudo, defende que todas essas vinculações constitucionais devem acabar. Para Sicsú, estas são regras que dão rigidez ao orçamento justamente para proteger a sociedade.

“A ideia deles é acabar com essas barreiras para poder o orçamento federal ficar mais flexível para que possam pagar mais juros, fazer mais desonerações, dar mais incentivos para o andar de cima”, condenou o professor.

Reformar para manter concentração

Sicsú alertou ainda para o tipo de reformas que Fraga e seus aliados defendem. Em relação à Reforma Tributária, o objetivo, avaliou, está longe de ser a justiça fiscal. “O andar de cima paga muito pouco imposto no Brasil, mas tem que fazer muita ginástica tributária, contratar verdadeiros departamentos de planejamento. E isso implica custo. O que querem agora é simplificar a forma de pagar o pouco imposto que lhes cabe. Não querem atacar a regressividade do sistema ou combater a injustiça fiscal que existe no país”, afirmou.

Em relação às reformas tributária e previdenciária, o economista sinaliza que a ideia do projeto defendido pelos tucanos é reduzir direitos, como forma de aumentar ainda mais a renda e a riqueza da parcela mais rica da sociedade.

“Trabalhadores no Brasil têm menos direitos que os europeus, mas mais direitos que muitos da América Latina. O que se deseja é flexibilizar todas as regras para diminuir o custo para os empresários. Querem que possam ser feitos acordo dentro de cada categoria, que valeriam por cima do que determina hoje a legislação”, disse, referindo-se à proposta de acordo coletivo especial, na qual o "negociado prevalece sobre o legislado".

Sicsú chama a atenção para o risco da proposta. “Basta o empresário dizer na fábrica que vai demitir 40% dos trabalhadores, a não ser que aceitem um acordo para não ter 13º salário, por exemplo. Os trabalhadores, temerosos, aceitariam o acordo, para manter seus empregos. Então a ideia é flexibilizar geral. A legislação não valeria mais nada”, lamentou.

Na entrevista à Folha, apesar de defender medidas tão impopulares, Armínio Fraga afirma que a maior vítima do atual governo tem sido o povo. “Na verdade, quem está nesse projeto [defendido pela oposição] entende muito pouco de povo”, disparou Sicsú.



segunda-feira, 21 de março de 2016

Imperdível!!!! Luis Nassif desvenda 'O xadrez da batalha de Stalingrado do impeachment'

Os alemães montaram uma blitzkrieg contra Stalingrado. Precisavam vencer rapidamente, caso contrário o inverno rigoroso jogaria contra a ocupação. 

Houve uma resistência heróica que segurou as tropas alemãs, expondo-as ao inverno russo. O fator tempo decidiu a batalha. É um quadro muito similar ao brasileiro.


Por Luis Nassif


O inverno rigoroso é o aprofundamento da crise, podendo chegar a um ponto crítico em meados do próximo semestre. Os grandes grupos econômicos apoiarão qualquer acordo que coloque fim à guerra política. Poderá ser saída com Michel Temer, novas eleições ou mesmo saída com Dilma.


Instalada a Comissão do Impeachment, no início a saída de Dilma afigura-se a solução mais rápida. Serão 15 sessões, 48 horas de Congresso e o desfecho da votação na Câmara no final de abril.

Nesse período, o consórcio Lava Jato-mídia jogará com tudo.

Por outro lado, o governo Dilma contará agora com Lula na articulação política. Serão necessários 171 votos para matar o impeachment. Passando, ainda haverá disputa no Senado.

No Congresso há dois grupos definidos, contra e a favor do governo. E um meio campo indefinido. Com Lula entrando no jogo, aumentam as possibilidades de ampliar o número de parlamentares contrários ao impeachment.

Se o governo conseguir os 171 votos, mata o impeachment. Aí, como em Stalingrado, o inverno passa a jogar contra as tropas nazistas. Vencido o desafio do impeachment, haverá condições de um novo pacto político estabilizando a crise política, para começar a atacar a crise econômica.

A grande ópera da Lava Jato

Desde o ano passado, a Lava Jato segue um roteiro profissional, de casar seu tempo com o tempo político.

O governo Dilma entrou 2016 mais animado.

De 16 a 20 de dezembro do ano passado, uma sucessão de fatos abriu algum espaço para respirar. O STF derrotou o surpreendente voto do Ministro Luiz Fachin sobre o rito do impeachment. Eduardo Cunha foi responsabilizado no Conselho de Ética da Câmara e o PGR entrou com uma ação contra ele. Finalmente, houve a queda do Ministro Joaquim Levy e a chegada de Ricardo Berzoini e Jacques Wagner, abrindo espaço para uma agenda de recomposição política.

Dilma se abriu finalmente para a sociedade civil, em uma reunião exitosa do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) com pronunciamentos importantes de Roberto Setúbal, presidente do Itaú-Unibanco, e Luiz Trabuco, presidente do Bradesco. Os movimentos de rua pareciam esgotados.

Pensava-se que a Lava Jato tivesse esbanjado todo seu estoque de fatos e factoides e o governo ganhasse algum fôlego para enfrentar a crise.

Mal abriu o ano, antes do Congresso começar a atuar, a Lava Jato apertou o passo visando recriar o clima de catarse que sensibilizasse novamente as ruas.

A corrida contra o tempo fez com que rapidamente se despisse do manto da isenção. Começou com Sérgio Moro oferecendo seus delatores para instruir as ações no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra Dilma. Depois a ofensiva sobre o tríplex, rapidamente voltando-se para o sítio em Atibaia quando apareceu a offshore que poderia ter ligações com a Globo. Alimentou por semanas o noticiário com pedalinhos, barquinhos de alumínio, estátuas de Cristo Redentor.

Finalmente, entrou no jogo pesado da condução coercitiva de Lula, culminando com a divulgação de todos os grampos coletados de pessoas no entorno de Lula. E chegou ao ápice com a divulgação de um grampo ilegal na própria presidente da República.

Um rescaldo do nosso xadrez

No dia 13 de março tracei o cenário possível no dia da grande manifestação pró-impeachment, "O xadrez da política no dia D".

Nele, juntávamos as seguintes peças e hipóteses:

1. Os três grupos protagonistas da crise eram os Lulistas, os Parlamentaristas (Renan à frente) e o Alto Comando (a Procuradoria Geral da República).

2. Só há duas saídas negociadas possíveis: o semiparlamentarismo de direito com Dilma ou semiparlamentarismo de fato com Lula assumindo a articulação do lado do governo.

3. Há duas forças conflitantes: forças moderadoras percebendo o risco de uma guerra selvagem, entre Lulistas e Parlamentaristas; e o Alto Comando apostando tudo no confronto.

4. Por enquanto, o cenário mais provável é o do pacto PMDB-PSDB visando apoiar ao impeachment.

De lá para cá ocorreram novos lances, uma montanha russa fantástica, na qual os dois lados jogam suas peças no tabuleiro visando controlar o estado de ânimo das suas respectivas tropas.

A guerra de nervos

Ponto importante é a guerra de informações, com um componente psicológico dos mais relevantes. Daqui até a votação do impeachment haverá uma sucessão de fatos, de lado a lado, visando derrubar o ânimo dos adversários e animar as próprias hostes.

Não se trata de uma mera briga de torcidas, mas da criação de um clima psicológico que influenciará os parlamentares na hora de se colocarem ante o impeachment e o próprio ânimo do STF para atuar como moderador e legalista.

É um caso clássico em que o clima do "já ganhou" pode influir na vitória. Portanto, os que sugerem asilo político para Lula ou entram em pânico, sugere-se escalda-pés, chá de limão e remédios naturebas contra a ansiedade.

Esse ping pong começou lá atrás e ganhou ímpeto a partir do dia 13. É uma verdadeira montanha russa de alternativas políticas, de ataques e contra-ataques.

Lance 0 – Oposição

A super-manifestação do dia 13, pró-impeachment,

Lance 1 – Governo
Lula aceitando o Ministério e reanimando as forças anti-impeachment, um reforço considerável, a última chance do governo Dilma.

Lance 2 – Oposição
Com autorização da PGR, a Lava Jato torna públicos todos os grampos, conseguindo abafar as repercussões positivas da decisão de Lula, mas avançando perigosamente nos limites de atuação, incorrendo em suspeita de crime, tanto os policiais federais (por terem aceito um grampo efetuado fora do prazo legal), quanto o juiz Sérgio Moro (que admitiu a divulgação do grampo).

Lance 3 – Governo.
Assim que a poeira assentou, os abusos da Lava Jato provocaram uma série de manifestações indignadas, inclusive de jornais. E uma série de manifestações públicas de advogados, intelectuais, estudantes e militantes. A presunção de crime abriu espaço, de um lado, para enquadramento da Polícia Federal – o que foi feito rapidamente pelo novo Ministro da Justiça, subprocurador Eugênio Aragão, em seu primeiro pronunciamento – e para enquadramento da própria Lava Jato.

Segundo o jurista Luiz Flávio Gomes, houve crime no vazamento

(...) As críticas duras também dizem respeito a ter divulgado tudo, sem "selecionar" o que era pertinente para a investigação (conversas que não têm nada a ver com a investigação não podem ser publicadas – é crime essa divulgação);

(...) Por força do direito vigente não pode ser quebrado o sigilo telefônico de advogado, enquanto advogado (havendo suspeita contra ele, sim, pode haver interceptação);

(...) Ponto que será discutido é o seguinte: na hora da interceptação que captou a fala da Dilma (13:32h) a autorização do Moro já não existia; nesse caso a prova pode ser considerada ilegal pelo STF (por ter sido colhida no "diley");

(...) Moro não apontou em sua decisão os artigos legais e constitucionais do seu ato de divulgação de "tudo" (há déficit de fundamentação); invocar o interesse público não vale quando o conteúdo, por lei, não pode ser divulgado (somente o STF poderia ter divulgado, por razões de segurança nacional, diz Dilma).

Ouvidos pela Folha em Curitiba, investigadores informaram ter obtido autorização do PGR.

Lance 4 – Oposição
Da Europa, Janot confirmou a autorização, embora ressalvando não saber sobre a última gravação. Mas sabia obviamente que a divulgação do conteúdo das demais visaria meramente espalhar intrigas e fortalecer o clima favorável ao impeachment.

Para reforçar a estratégia, o PGR e o decano do STF, Ministro Celso de Mello, inverteram o crime: não mais a divulgação de um grampo na própria presidente da República, mas as frases proferidas por Lula em conversas informais que, em um país sob o comando das leis, jamais poderiam ter sido divulgadas.

Lance 4 – Governo.
A super-manifestação do dia 19, contra o impeachment repõe a bola com o governo, aumentando substancialmente o cacife político de Lula.

Lance 5 - Oposição
A decisão do Ministro Gilmar Mendes, assim que confirmado o sucesso das manifestações, de anular a posse de Lula e devolver o inquérito para Curitiba.

Nos próximos dias o governo terá que agir rapidamente para reverter o voto de Gilmar.

Próximos lances
Daqui até o fim de abril a disputa será atrás dos votos do Parlamento.

A divulgação dos grampos pela Lava Jato teve dois efeitos:

1. Criou álibis para Gilmar Mendes atuar no STF e criar amarras jurídicas para a movimentação de Lula.

2. Intimidou os críticos e o grupo de Lula. Todos passaram a fugir dos telefones – em um momento que exige muito contato e muita conversa.

Por outro lado, é possível que o enquadramento dos policiais federais pelo novo Ministro da Justiça Eugênio Aragão reduza os vazamentos da operação.

Mas os dois campos de disputa serão efetivamente o STF e o Congresso. Tem jogo ainda pela frente.
Fonte: GGN