quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Com isenção do IR, metade dos professores da educação básica deixa de pagar imposto


Com a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mais de 600 mil professores e professoras da educação básica vão deixar de pagar o imposto. Com isso, mais da metade de todos os profissionais da categoria passam a ser completamente isentos. Os números estão em uma nota técnica publicada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que examina o quanto a Lei nº 15.270/2025 impacta na categoria.



A estimativa é de que cerca de 1 milhão de professores da educação básica serão beneficiados com a medida

Considerando a isenção total e o desconto na tributação, 73,5% dos professores de educação básica estão contemplados. O ganho é particularmente relevante para docentes com salários próximos ao piso nacional do magistério, de R$ 4.867,77 em 2025.

A nova lei amplia a faixa de isenção total do Imposto de Renda Pessoa Física para quem recebe até R$ 5 mil por mês, além de estabelecer descontos para rendas de até R$ 7.350 mensais. O estudo indica que a proporção de professores isentos mais que dobra: antes, 19,7% não pagavam Imposto de Renda. Após a mudança, o percentual chega a 51,6%. Outros 21,9% passam a integrar a faixa de redução do tributo. No total, ao menos 1 milhão de professores da educação básica terão aumento na renda disponível, seja por isenção total ou redução do IR, e 620 mil deixarão de pagar o imposto.

“Antes da reforma, eles pagavam a alíquota máxima de 27,5% sobre a base tributável. Com a isenção até R$ 5 mil, passam a não pagar nada de Imposto de Renda sobre esse salário”, afirma Paulo Nascimento, coordenador de Educação e técnico de Planejamento e Pesquisa na Diretoria de Estudos e Políticas Sociais (Disoc/Ipea), que assina o estudo com outros pesquisadores. “O ganho médio anual estimado para esse grupo é de R$ 5.079,84, o que equivale, na prática, a quase um salário adicional no ano. É como um 14º salário derivado apenas da reforma tributária.”

O cenário também tem impacto nos profissionais que acumulam mais de um vínculo, seja em diferentes redes de ensino, seja em outra atividade fora da docência. Entre os professores com somente um vínculo, nas faixas de menor renda anual, 60,7% passam a ser isentos e 21,1% terão redução do imposto: 81,8% do grupo terá ganhos com a nova tabela do IR. Já entre os docentes com múltiplos vínculos, cerca de 17,5% do magistério da educação básica, 32,3% serão isentos e 26,1% terão redução. Um resultado intermediário aparece entre aqueles que acumulam outro tipo de ocupação fora da docência: 40,2% ficam isentos e 20,9% têm redução.

Rede pública x rede privada

Há diferenças significativas na incidência da nova tabela entre docentes das redes pública e privada. Embora o setor público concentre a maior parte dos vínculos, é na rede privada que a ampliação da faixa de isenção tem efeito mais intenso: após a reforma, 82,2% dos professores de escolas particulares estarão isentos, frente a 42,5% na rede pública (42,5%).

“Por mais que esses resultados demonstrem efeitos positivos da reforma tributária sobre o rendimento da categoria docente, eles alertam para a necessidade de maior valorização da carreira de professoras e professores”, pondera Adriano Senkevics, técnico de planejamento e pesquisa na Disoc/Ipea e um dos autores do estudo. “Se esse desafio já existe na categoria como um todo, é mais grave na rede privada, que tem remunerado os profissionais em valores inferiores ao piso salarial do magistério público.”

A disparidade reflete, em grande medida, a estrutura salarial das duas redes. No setor público, a remuneração média é mais elevada e relativamente homogênea. Já na rede privada, predominam jornadas parciais, maior dispersão salarial e valores médios mais baixos. Como consequência, um contingente muito maior de docentes do ensino privado passa a se enquadrar no limite anual de isenção.

“Em síntese, a ampliação da isenção beneficia a maioria dos docentes de ambos os segmentos, mas o efeito proporcionalmente mais intenso recai sobre quem leciona em escolas privadas, porque ali há mais gente ganhando até o novo teto de isenção”, explica Paulo Nascimento.

Os estados mais beneficiados pela ampliação da faixa de isenção são Alagoas, Minas Gerais, Paraíba, Tocantins e Roraima, todos com 60% ou mais dos docentes isentos. O resultado sugere que, nessas unidades da federação, grande parte do magistério tem rendimentos anuais abaixo do novo limite de isenção.

Confira a quantidade de professores beneficiados com isenção total ou parcial do IR em todas as 27 unidades da Federação

No extremo oposto, alguns estados concentram parcelas elevadas de docentes na faixa sujeita à alíquota máxima. Amapá, Distrito Federal, Pará e Goiás registram percentuais próximos ou superiores a 40% nesse grupo, refletindo salários relativamente mais altos no magistério. No Distrito Federal, 63,4% dos docentes permanecem na alíquota máxima mesmo após a reforma.

Como foi feito

Ao utilizar a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), os pesquisadores mapearam o magistério da educação básica a partir das informações sobre o posto de trabalho ocupado. A Rais reúne dados sobre vínculos empregatícios. No entanto, não é um cadastro específico de docentes. Então, a identificação de docentes depende dos campos de ocupação e do setor de atividades do empregador, permitindo uma inferência aproximada sobre quem integra o magistério entre trabalhadores formais.

“A análise parte da Rais porque ela é a principal base administrativa nacional com informação padronizada sobre remuneração do trabalho formal. Isso nos permite olhar para a renda do trabalho docente de forma consistente. Mas há limitações importantes”, diz Nascimento. “Na prática, o ideal seria uma integração Rais–Censo Escolar, combinando a riqueza de informações salariais e de vínculos da Rais com o detalhamento escolar e pedagógico do Censo. Isso permitiria, em estudos futuros, estimar não apenas a redistribuição da carga tributária, mas como ela se articula com características das escolas, das redes e do território. Para isso, no entanto, o Inep precisaria disponibilizar ao Ipea os microdados identificados do Censo Escolar”.

Para calcular o salário anual, somaram-se os salários brutos de cada mês trabalhado em 2022, corrigidos pela inflação. A atualização monetária usou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado até outubro de 2025. O décimo terceiro salário foi excluído, por não influenciar o cálculo das alíquotas mensais de tributação. A pesquisa também desconsidera deduções legais, como contribuições previdenciárias, dependentes ou despesas com saúde e educação.

Faixas de rendimento

Os docentes foram organizados em três faixas de rendimento anual. A Faixa um reúne os isentos do imposto de renda, cujo limite sobe de R$ 28.467,20 para R$ 60.000 após a reforma. A Faixa dois abrange quem terá redução de alíquota: antes, incluía rendimentos entre R$ 28.467,21 e R$ 55.976,16; agora, cobre a faixa de R$ 60.000,01 a R$ 88.200, sujeita a uma alíquota progressiva ainda a ser regulamentada. A Faixa três inclui quem recebe acima de R$ 55.976,16 (pré-reforma) ou R$ 88.200,00 (pós-reforma), grupo sobre o qual permanece a alíquota máxima de 27,5%.

SINPROESEMMA participa de Simpósio que debate financiamento e qualidade da educação pública

Entidade sindical foi parceira estratégica do evento que reuniu especialistas nacionais, gestores e sociedade civil para discutir o investimento necessário para a educação pública no Maranhão

.O Sinproesemma atuou de forma ativa como parceiro na realização do Simpósio “Planos Decenais de Educação: quanto custa o financiamento de qualidade”, realizado na terçafeira, 16 de dezembro, no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), em São Luís. A iniciativa reuniu educadores, especialistas e representantes de entidades para debater os desafios e os caminhos para o financiamento de uma educação pública de qualidade.

O evento foi promovido pelo Comitê-Maranhão da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, que também contou com as parcerias da FAPEMA; da UNCME-MA (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação); do FEE (Fórum Estadual de Educação do Maranhão); e do Fórum das Escolas Comunitárias e Filantrópicas de São Luís.

Mesa de Abertura

A Mesa de Abertura foi composta pelo presidente do Sinproesemma, Raimundo Oliveira; pelo presidente da FAPEMA, Nordman Wall Barbosa; pelo coordenador da UNCME-MA, Emerson Araújo; pelo presidente do Conselho Estadual de Educação, Geraldo Castro; por Lucinete Marques, representando o Fórum Estadual de Educação; pela coordenadora do Comitê Maranhão da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Soraia Raquel; pela coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda; por representantes do Ministério Público, os promotores Maria Luciane Lisboa Belo e Lindonjonson Gonçalves de Sousa, titulares da 1ª e da 2ª Promotorias de Justiça de Defesa da Educação; além de Neuza Ribeiro, representando o Fórum das Escolas Comunitárias.

Em sua fala, Soraia Raquel reforçou sobre a importância do Simpósio e sobre o diálogo entre as entidades. “É importante que a gente converse sobre financiamento da educação. É uma conversa difícil, porém necessária”, declarou Soraia.


Já o presidente Raimundo Oliveira enfatizou que o debate sobre financiamento não é apenas técnico, mas uma questão de justiça social. Além disso, também ressaltou a importância da representação no Congresso Nacional para que esse debate seja ampliado.

“Para o Sinproesemma, discutir o ‘quanto custa’ a qualidade passa obrigatoriamente pela valorização dos trabalhadores em educação e pela garantia de escolas com infraestrutura digna. Isso também passa diretamente por termos representantes no Congresso que atuem pela educação”, afirmou Oliveira.

Debates

Após a abertura, o simpósio avançou para a mesa de debate, proporcionando uma análise aprofundada sobre o atual cenário do financiamento educacional no Brasil e no Maranhão.


O diálogo foi mediado pela coordenadora do Comitê-MA, Soraia Raquel, e ministrado pelas palestrantes Andressa Pellanda, coordenadora do Comitê Maranhão da Campanha Nacional pelo Direito à Educação e Adriana Dragone Silveira, integrante da Fineduca e coordenadora do Laboratório de Dados Educacionais (UFG/UFPR/USP).

Um dos pontos debatidos foi sobre o Custo-Aluno Qualidade, além do Simulador de Custo-Aluno Qualidade (SimCAQ), uma ferramenta que permite calcular o investimento necessário para que cada etapa da educação básica atenda aos padrões mínimos de qualidade previstos na legislação.

Ao final, a plateia presente se manifestou, contribuindo na qualidade do tema abordado pelas convidadas.

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Nádia Campeão assume presidência interina do PCdoB

Sai Luciana entra Nádia 

A reunião do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil, realizada em São Paulo de 12 a 14 deste mês concretizou indicação do 16º Congresso e Nádia Campeão assumiu a presidência interina do PCdoB. Após dez anos no comando do PCdoB, Luciana Santos se licencia e passa a dividir a direção com Nádia Campeão que assume a presidência interina. Em 2027 haverá uma conferência partidária que deverá consolidar esse processo.

Luciana Santos explica que a decisão é fruto de um processo coletivo e amadurecido. “São dez anos à frente do PCdoB na presidência. No último Congresso, conseguimos ter um debate forte, com muita coesão, para que a Nádia Campeão assumisse a primeira vice-presidência”.

Segundo ela, é uma continuidade planejada. “Eu continuarei presidenta do partido até 2027, quando realizaremos uma conferência nacional para concluir este ciclo. Nesse interim, achamos necessário fazer uma transição, para que a Nádia assuma e possamos, juntas, liderar o partido”, afirma.

Luciana destaca que a principal motivação é preparar o PCdoB para os desafios imediatos. “Vamos juntas liderar o Partido na batalha mais importante do próximo ano, que é a batalha eleitoral, seja pela reeleição do presidente Lula, seja para fortalecer a bancada do PCdoB no Congresso Nacional”.

Nádia Campeão assume com “enorme responsabilidade”

Ao assumir a presidência interina, Nádia Campeão enfatiza o peso político do momento. “Recebi, com muita responsabilidade, no 16º Congresso do partido, a indicação para ser a primeira vice-presidenta nacional. Isso, por si só, já representa uma enorme responsabilidade”, afirma.

Militante do PCdoB desde 1978, Nádia destaca o significado pessoal e coletivo da nova empreitada. “Já cumpri muitas tarefas no partido, mas, sem dúvida, esta é a de maior responsabilidade. Assumo essa missão de coração”, declarou.

Nádia faz questão de valorizar o legado da atual presidenta. “O trabalho que a Luciana vem fazendo todos esses anos é muito potente. Ela colocou nosso partido com uma visibilidade muito forte no cenário nacional”, disse, citando a articulação entre a presidência do PCdoB e a atuação de Luciana no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. “Vamos seguir esse caminho em um trabalho conjunto e compartilhado. Quem vai ganhar é o nosso PCdoB”.

Prioridades políticas e militância ativa

Luciana Santos destaca que “nosso grande desafio no próximo ano é enfrentar uma luta estratégica e decisiva para o país e para a democracia”. Para ela, a reeleição do presidente Lula é central. “É a luta pela inclusão do povo brasileiro, por uma agenda de crescimento e pela vitória do presidente Lula”.

Luciana também ressalta a importância de ampliar a presença comunista no Parlamento. “Precisamos de uma bancada muito forte no Congresso Nacional do nosso glorioso PCdoB, para sermos mais influentes e ajudar nas decisões sobre os rumos do país”, disse. Além disso, aponta como fundamental o debate programático, que será conduzido pela Fundação Maurício Grabois. “Vamos distribuir tarefas, dividir responsabilidades e atravessar esse período com sucesso”.

Desafios eleitorais e lutas sociais

Para Nádia Campeão, o eixo central das eleições do próximo ano é a Presidência da República. Ao mesmo tempo, destaca a necessidade de fortalecer o campo progressista nos estados e no Congresso. “Vamos lutar muito para ampliar a bancada dos comunistas e avançar no Congresso Nacional”.

Nádia lembra ainda que o calendário político será marcado por lutas sociais relevantes. “Teremos batalhas importantes, como a luta pelo fim da escala 6 por 1, além de um ano intenso de reestruturação partidária, filiações e atividades políticas”. Segundo Nádia, essas frentes se articulam diretamente com o processo eleitoral. “Sem dúvida, a batalha eleitoral terá grande prioridade até novembro”.

Com a transição em curso, o PCdoB aposta na combinação entre continuidade política, renovação de tarefas e unidade interna para enfrentar um período decisivo da política brasileira e da construção partidária.

Quem é Nádia Campeão

A nova presidenta em exercício do PCdoB, Nádia Campeão, é paulista de Rio Claro, onde nasceu em 1958. Formada em Engenharia Agronômica pela Esalq/USP, filiou-se ao PCdoB em 1978, aos 20 anos.

Nádia foi presidenta estadual do PCdoB-MA e do PCdoB-SP. Membro do Comitê Central do Partido desde 1988, esteve à frente das secretarias nacionais de Relações Institucionais e de Organização. No 16º Congresso Nacional do PCdoB, em outubro, foi eleita vice-presidenta.

Sua biografia inclui diversas passagens em cargos púbicas, assessora parlamentar, secretária municipal de esporte, secretária de educação e vice-prefeita de São Paulo na gestão Fernando Haddad (2013-2016).

A dirigente comunista tem pós-graduação em Gestão Pública. Em 2019, lançou o livro “Cidades Democráticas – A Experiência do PCdoB e da Esquerda em Prefeituras (1985-2018)”.


Lançamento do primeiro foguete comercial em Alcântara é remarcado para sexta-feira (19)


A missão foguete sul-coreano Hanbit-Nano, que marca o primeiro lançamento comercial orbital a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão (MA), foi adiada para sexta-feira (19), às 15h34 (horário de Brasília). Inicialmente prevista para esta quarta-feira (17), a operação foi reagendada por decisão da empresa responsável pelo veículo, a Innospace, após a identificação de uma questão técnica durante as inspeções finais. Evento será transmitido ao vivo pela internet.

Segundo comunicado encaminhado à Força Aérea Brasileira (FAB) e à Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a nova tentativa respeita a janela de lançamento da Operação Spaceward, que permanece aberta até 22 de dezembro. O adiamento não compromete o cronograma geral da missão, que segue dentro do período autorizado para a operação.

De acordo com a Innospace, foi identificada uma anomalia em um componente da unidade de resfriamento do sistema de alimentação do oxidante do primeiro estágio do foguete. A empresa optou pela substituição do item como medida preventiva, destacando que o problema não indica qualquer defeito estrutural no veículo. A correção pode ser feita com o foguete já posicionado na plataforma de lançamento, o que possibilitou o reagendamento em apenas dois dias.

Segundo o presidente da AEB, Marco Antonio Chamon, "essa possibilidade já estava prevista, por isso que nós temos uma janela de lançamento até o dia 22, e não uma data fixa. O centro de lançamento continua preparado para fazer essa operação. Todos os sistemas estão em ordem e nós estamos confiantes de que essas questões técnicas serão resolvidas nesta quarta e amanhã [18]”, afirmou.

A Força Aérea Brasileira informou que todas as infraestruturas, os sistemas e as equipes técnicas seguem plenamente operacionais, garantindo o suporte necessário para o lançamento, em coordenação com os órgãos e instituições envolvidas na operação.

O foguete transporta oito cargas, sendo sete brasileiras e uma estrangeira, desenvolvidas por universidades, institutos de pesquisa, startups e empresas nacionais, com destaque para projetos apoiados pelo MCTI, por meio da AEB.

Resultado de edital de chamamento público lançado pela AEB em 2020, a operação consolida o modelo de parcerias público-privadas no setor espacial e reforça o papel estratégico do Centro de Lançamento de Alcântara no mercado global de lançamentos orbitais.

O Hanbit-Nano

O Hanbit-Nano é um veículo orbital de dois estágios, projetado para colocar até 90 quilos de carga útil em órbita a aproximadamente 500 quilômetros de altitude. Com 21,7 metros de altura e 1,4 metro de diâmetro, o lançador integra uma nova geração de foguetes de pequeno porte, voltados a missões mais ágeis, econômicas e de alta confiabilidade.

Nova lona da Escola Nacional de Circo é inaugurada em celebração aos 50 anos da Funarte


A Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha (Enclo) viveu, na terça-feira (16), um momento histórico para as artes circenses e para a cultura brasileira. Dentro das comemorações pelos 50 anos da Fundação Nacional de Artes (Funarte), foi inaugurada a nova lona do espaço, que passou a homenagear Fidelis Sigmaringa da Silva Nascimento (1947–2025), o Mestre Jamelão, também conhecido como Diamante Negro. Uma referência na trajetória da escola e na história do circo no país.

A revelação da placa foi realizada pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, e pela presidenta da Funarte, Maria Marighella, ao lado de professoras e professores, alunas e alunos da Enclo e dezenas de agentes circenses de diferentes regiões do Brasil. A cerimônia foi promovida em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e marcou, simbolicamente, a data oficial de criação da Funarte.

Em seu discurso, a ministra ressaltou o papel do circo como porta de entrada para muitos artistas, especialmente em cidades pequenas. “O circo é a porta principal de entrada para muitos artistas das cidades pequenas. No circo, a arte é integral e a expressão do povo”, declarou.

Ao lembrar os desafios enfrentados recentemente pela Enclo e pelo setor cultural, Margareth Menezes mencionou: “para que essa escola continue, precisa ter apoio. O Ministério da Cultura reconhece essa força que são as artes circenses”.

Ao encerrar sua fala, ela celebrou a homenagem a Mestre Jamelão: “a lona do circo ficará para sempre honrando a história desse grande senhor”.

A presidenta da Funarte destacou o simbolismo da inauguração da nova lona no aniversário de 50 anos da instituição. Segundo ela, o momento representa o compromisso com a recuperação institucional da Funarte e com a garantia do direito de acesso e vivência das artes em todo o território nacional. “Levantar essa lona, erguer esse símbolo do circo brasileiro, é um compromisso inegociável, com a recuperação institucional da Funarte e do Ministério da Cultura, que garante o direito às artes do Brasil”, explicou.

Maria Marighella ressaltou que a escolha da Enclo para a celebração reflete a decisão de compartilhar conquistas e responsabilidades com a sociedade. “Nós escolhemos estar aqui para partilhar responsabilidades que projetam as artes pro futuro do Brasil”, disse. Em sua fala, saudou mestres do circo brasileiro, além de professoras, professores, estudantes, servidores da escola, gestores públicos e ativistas do segmento.

A presidenta pontuou ainda o reconhecimento do circo itinerante como patrimônio cultural brasileiro, em diálogo com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “O circo itinerante é patrimônio cultural do nosso imenso Brasil”, afirmou. No campo das políticas públicas, anunciou a abertura das inscrições para os editais do circuito de difusão artística da Funarte e a disponibilização nacional do projeto Carequinha. “Nunca, na história desse país, nós estivemos tão presentes nos estados brasileiros, nos municípios brasileiros”, declarou, concluindo com a defesa da centralidade da cultura para o país: “Brasil soberano é Brasil das artes!”.

Representando o Iphan, o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial, Deyvesson Gusmão, enfatizou a importância do circo na formação artística e na formação de públicos em todo o Brasil. “O circo tem uma importância fundamental para formação, e para formação de públicos sobre as artes no Brasil todo”, declarou.

Para ele, em muitas localidades, o circo é o principal acesso da população a manifestações artísticas. Ele relembrou o processo iniciado em 2023 para o reconhecimento do circo de tradição familiar como patrimônio cultural brasileiro e destacou os avanços recentes. O diretor informou que o estudo já foi concluído e deverá ser apreciado pelo Conselho Cultural do Patrimônio Cultural até o final de março do próximo ano. “Esse patrimônio forma pessoas, forma público, faz cultura e é muitas vezes o principal acesso à fonte de arte que o nosso país tem”, concluiu.

A diretora da Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha, Luciana Belchior, ressaltou o significado profundo da lona para a comunidade circense, definindo-a como muito mais do que uma estrutura física. “A lona é nossa casa, é nossa escola, é nosso trabalho, nosso templo. É o símbolo maior da nossa cultura”, disse.

Em sua fala, relembrou ainda o período de profunda crise vivido pela escola em 2021, quando a lona foi desmontada. “Nesse espaço que aqui estamos agora, restou apenas um imenso vazio. Um silêncio devastador”, discursou. Diante da ameaça de fechamento da instituição, a comunidade se mobilizou, articulando apoios no Brasil e no exterior por meio de vídeos, manifestações nas redes sociais e abaixo-assinados.

A programação da cerimônia contou ainda com apresentações de estudantes da Escola Nacional de Circo e com o espetáculo Circo Science – Do Mangue ao Picadeiro, da Trupe Circus, da Escola Pernambucana de Circo, uma homenagem a Chico Science e ao Movimento Manguebeat. Em seguida, o público assistiu a “RetomAr-te”, espetáculo da própria Enclo, com elenco formado exclusivamente por integrantes da escola, que narra sua história, resistência e renascimento simbólico com a nova lona.

Com entrada gratuita e ampla participação do público, a inauguração consolidou a nova lona da Escola Nacional de Circo Luiz Olimecha como espaço de memória, criação e projeção do circo brasileiro contemporâneo, reafirmando o papel da Funarte, do Ministério da Cultura e das políticas públicas na valorização das artes e da cultura popular no país.

SINPROESEMMA debate Campanha Salarial 2026 e reforça unidade da categoria em reunião geral


A Direção Geral do Sinproesemma esteve reunida na quinta-feira, 11 de dezembro, para discutir a pauta de reivindicação da Campanha Salarial 2026 dos trabalhadores e trabalhadoras em educação, além do cenário político e sindical diante das Eleições Gerais de 2026.

Com diretores de núcleos e regionais de todas as regiões do Maranhão, as discussões da pauta da Campanha Salarial 2026 teve como eixo central a valorização dos trabalhadores em educação, o fortalecimento da carreira dos educadores e a garantia de políticas permanentes de formação. A direção destacou que a construção coletiva da pauta reflete as reais necessidades dos trabalhadores em educação e aponta caminhos para o avanço das políticas educacionais no Maranhão.


Entre os pontos discutidos, a direção geral enfatizou que o reajuste salarial dos educadores seja conforme a Lei n° 11.738/2008 estabelecida pela Portaria Interministerial do MEC/Fazenda, a importância da correção da tabela salarial Professor III, respeitando o interstício de 5% entre as referências conforme reza o Artigo 30 do Estatuto do Educador. A direção também estabeleceu critério de reajuste para o auxílio alimentação dos educadores, sendo 30% do vencimento do Professor III, 20h, Classe A, referência 1.

Os diretores do Sinproesemma discutiram ainda sobre Concurso Público e a necessidade de aumentar o número de vagas do concurso que será realizado pelo Governo do Estado e ainda a possibilidade de ampliação de matrícula na rede estadual de ensino. Para a direção o número anunciado pelo governo do Estado ainda é muito pequeno diante da grande quantidade de professores contratados no Estado.

Durante a reunião, também foi debatido o cenário político e sindical diante das Eleições Gerais de 2026. Os diretores discutiram sobre a correlação de forças no Congresso Nacional e nas Casas Legislativas que ainda são insuficientes para defender os trabalhadores e da prioridade de eleger verdadeiros representantes do povo e da classe trabalhadora em 2026. A direção tratou da construção de uma pré-candidatura para deputado Federal e da necessidade de ter um verdadeiro representante na Câmara que represente todos os servidores públicos, em especial os trabalhadores em educação.


O encontro reafirmou a importância da organização, da unidade e da mobilização permanente dos trabalhadores em educação frente aos desafios que se apresentam, reforçando que o Sinproesemma é o único representante legal e legítimo dos trabalhadores em educação no Maranhão, com base em sua carta sindical e em sua trajetória de luta. A direção alertou para a atuação de pseudos sindicatos, que não possuem legitimidade nem representação legal e que insistem em tentar dividir e enfraquecer a categoria.

Segundo o presidente do Sinproesemma, Raimundo Oliveira, essas tentativas não irão prosperar diante da força, da história e da unidade construída pelo Sinproesemma ao longo de décadas.

“O Sinproesemma tem representatividade, legitimidade e uma história de luta em defesa dos trabalhadores em educação que não tem como ser apagada por aventuras pessoais e irresponsáveis. Vivemos tempos onde o sindicalismo sofre ataques constantes, tanto de governos que negam direitos quanto de grupos oportunistas que tentam fragmentar nossa força. Mas não recuaremos. Esses “pseudos sindicatos”, sem legitimidade legal ou representatividade real aqui não vão se criar. O Sinproesemma é o único instrumento coletivo dessa categoria e seguiremos firmes na luta pelos direitos, pela valorização e pela garantia de uma educação pública de qualidade, com unidade e organização”, enfatizou Oliveira.

Para acessar a Pauta de reinvindicação da Campanha Salarial 2026, clique aqui.

Para acessar fotos da Reunião de Direção Geral, clique aqui.

terça-feira, 16 de dezembro de 2025

“(En)Canto Delas”: destaque da cena musical maranhense, Rayslla faz show solo de estreia neste sábado (20), em São Luís


SÃO LUÍS – Um dos nomes recentes de destaque na cena musical de São Luís, a cantora, intérprete e artista maranhense Rayslla realiza, neste mês de dezembro, sua primeira apresentação solo, intitulada “(En)Canto Delas”, que passeia pela trajetória feminina na música brasileira, passando por diversas décadas e homenageando grandes nomes do cenário musical nacional.

O show, marcado para este sábado, dia 20 de dezembro, será realizado no Low Música e Vinil (no bairro Cohajap, em São Luís), a partir das 20h, e será marcado por uma viagem musical que celebra nomes como Rita Lee, Gal Costa, Marisa Monte, Marina Lima, Alcione, Evinha, Elis Regina, Nara Leão, entre outras.

“A ideia veio de um grande sentimento, meu e dos meus amigos, sobre montar um show e criar algo solo, algo meu. Um sonho antigo e um processo longo de me ver como intérprete, de me ver como artista, que finalmente vai ganhar a luz do dia e eu não podia estar mais empolgada e emocionada com este momento”, comemora Rayslla.

Para o evento, a cantora prepara uma série de surpresas – entre elas, as participações especiais de artistas que também estão em destaque no cenário artístico do Maranhão, como Klicia, Clara Madeira e Nicole Terrestre.


“Eu espero que seja uma noite de celebração. De comemorar esse primeiro passo. Esse movimento de coragem. Que todo mundo curta essa noite de homenagens e que seja lindo pra todos”, ressalta Rayslla, ao destacar que o público poderá esperar um repertório que passará por diversas décadas, dos anos 60 aos anos 2020’s.

A entrada custa R$ 25,00 e pode ser adquirida pelo Instagram da artista (@rrayslla) e/ou pelo WhatsApp (98)98436-7213. Para mais informações, acesse: https://www.instagram.com/rrayslla/.


Mais sobre Rayslla

Natural de Igarapé Grande (MA), Rayslla carrega uma voz que transita entre a suavidade e a potência, construindo sua trajetória artística a partir do legado de grandes mulheres da Música Popular Brasileira.

Seu trabalho é guiado pela busca por interpretações verdadeiras e sensíveis, que dialogam com o afeto, a poesia e a resistência presentes nas obras das artistas que a inspiram.

Ao valorizar a música brasileira feita por mulheres, Rayslla tem dedicado sua trajetória à interpretação de clássicos da MPB, com ênfase em nomes que vão de Gal Costa à Joyce Moreno, passando por Marina Lima, Marisa Monte e Rita Lee, entre outras grandes vozes – além disso, carrega o forró e a música popular maranhense com releituras intimistas e próprias.

Nos últimos anos, participou de eventos musicais importantes, como o “Projeto Arcos Musicais – Choro, Samba e Outras Bossas”, realizado pela Fundação da Memória Republicana Brasileira (FMRB), interpretando o lado B de canções que foram consagradas por vozes femininas.

Entre outros destaques, estão as participações nos projetos “Lado B”, no Xama Teatro, da multiartista Emanuele Paz, e no “Sem Açúcar com Afeto”, de Nicole Terrestre, além de integrar o grupo Forró do Mel.

SERVIÇO

O quê: show “(Em)Canto Delas”, da cantora e intérprete Rayslla;

Quando: neste sábado, dia 20 de dezembro, a partir das 20h;

Onde: no Low Música e Vinil, localizado na Av. Principal, Casa 15, no bairro Cohajap, em São Luís;

Entrada: R$ 25,00 – antecipadamente pelo Instagram da artista (@rrayslla) e/ou pelo WhatsApp (98)98436-7213 (sujeito à lotação).

Redes Sociais

Instagram: https://www.instagram.com/rrayslla/