segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Flávio Dino pode ter o apoio do PT para Presidente, diz Gleici Hoffmann

Flávio Dino na boca e no coração do povo
A presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) afirma, em entrevista ao jornal Valor Econômico publicada nesta segunda-feira (27), que o partido trabalha com uma nova candidatura presidencial do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Segundo Gleisi, os petistas também veem o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), como uma alternativa para a sucessão de Jair Bolsonaro em 2022.

Em 2018, Haddad foi ao segundo turno da eleição presidencial, amealhando 47 milhões de votos. Além disso, o PT elegeu a maior bancada de deputados federais, quatro senadores e quatro governadores. Para 2022, Gleisi já menciona outras possibilidades, se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuar legalmente impedido de se candidatar – em função do seu enquadramento na Lei da Ficha Limpa.

“Haddad é o nosso nome forte, mas vamos discutir com os partidos de oposição”, afirma. Segundo ela, o governador do Maranhão pode ser vice na chapa petista, ou até encabeçar a chapa. Gleisi afirma que Lula não convidou Flávio Dino para se filiar ao PT, ressalvando que o PCdoB é “nosso amigo e aliado”.

Conforme O Globo, no entanto, o convite para Dino sair do PCdoB e voltar ao PT partiu do próprio ex-presidente. “Numa conversa recente, em São Paulo, Lula começou com um ‘volta para casa’, na tentativa de atraí-lo para o PT, o primeiro partido do governador do Maranhão. Não só. Prometeu que faria de tudo para Dino ser o candidato do PT à presidência em 2022. Não convenceu”, informa a coluna de Lauro Jardim, publicada no Globo.

O governador reeleito do Maranhão tem sobressaído por sua movimentação em busca de uma frente ampla contra o autoritarismo e em defesa da democracia. Primeiro, Dino visitou o ex-presidente José Sarney, seu adversário histórico. Em dezembro, encontrou-se com o apresentador de TV Luciano Huck. Na última semana, reuniu-se com Lula e também com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Dino é uma liderança que está se colocando no cenário nacional, é preparado e está fazendo um movimento legítimo”, disse Gleisi. “Ele pode ser uma alternativa, nós o respeitamos muito, ele sempre foi muito leal à causa do presidente Lula”, completou.

Para ela, Bolsonaro é o mais forte em seu campo. “Não vejo na direita ninguém, pelo menos por enquanto, com capacidade de substituí-lo”. Questionada sobre o potencial de Huck, a petista diz não ver nenhuma proposta concreta dele para o povo brasileiro. “O Bolsonaro tem mensagem popular. Huck vai dizer o quê? ‘Sou de centro’?”

Gleisi tem sido cobrada por ações mais assertivas de que o PT era capaz quando fazia oposição a FHC. Para a dirigente, o problema é que os partidos de esquerda enfrentam uma “hegemonia de opinião”, já que a grande mídia é amplamente favorável à política econômica de Bolsonaro. “Não existe opinião contrária. Todo mundo está positivando a economia”, critica.

Gleisi nega que Lula tenha submergido após os primeiros discursos, em tom incisivo, quando foi libertado em novembro. Segundo ela, o ex-presidente já deu uma série de entrevistas e participou de atos públicos no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

O PT tem 256 prefeitos e 2.808 vereadores. Para ampliar esse número, o partido instala no próximo dia 7 o grupo de trabalho eleitoral (GTE), que será coordenado pelo deputado José Guimarães (CE) e terá os reforços de Haddad e do senador Jaques Wagner (BA). O partido terá candidatos próprios em quase todas as capitais e nas grandes cidades.

Gleisi pondera que, após o fim dos programas partidários anuais e das inserções, a campanha eleitoral será o principal canal para fazer o debate político, defender Lula e o legado do partido. Os petistas cogitam ceder a cabeça de chapa nas disputas para as prefeituras para o deputado Marcelo Freixo (PSOL) no Rio de Janeiro e para a ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) em Porto Alegre.

Segundo Gleisi, a deputada Marília Arraes (PE) deve ser candidata a prefeita do Recife, apesar da pressão contrária do diretório municipal. A palavra final será da direção nacional do PT. Em São Paulo, com seis pré-candidatos, o esforço será para buscar um entendimento. “Respeito as prévias, mas não vejo hoje grande diferença política na condução do processo de São Paulo que justificasse esse processo”.

Fonte: Com informações do Valor Econômico e do O Globo

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