domingo, 11 de outubro de 2020

Fim do auxílio emergencial jogará 16 milhões de brasileiros na pobreza


Se o auxílio emergencial não for prorrogado e terminar definitivamente em 2020, ao menos 16 milhões de brasileiros serão empurrados para a pobreza. São os beneficiários do programa que, uma vez privados dessa renda, passarão a viver, em média, com menos de R$ 522,50 ao mês.

Conquista do PCdoB e da oposição ao governo Jair Bolsonaro, o auxílio emergencial chegou às contas bancárias de mais de 65 milhões de pessoas. Ao beneficiar, sobretudo, trabalhadores desempregados ou informais, essa iniciativa ajudou a reduzir a pobreza no País a um patamar recorde.

Mas o fim do auxílio, em contrapartida, deve elevar o número de brasileiros pobres de 23,6% (50,1 milhões de pessoas) para 31% (66,2 milhões). É o que projeta a FGV Social, com base na PnadC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) e na PNAD Covid, do IBGE

No segundo trimestre – auge da pandemia do novo coronavírus –, a renda média dos brasileiros despencou 20%. Só que a renda dos 50% mais pobres caiu ainda mais: 28%. O auxilio teve um efeito imediato ao agir mitigar os danos sociais e econômicos da pandemia, especialmente na versão inicial, de R$ 600 – hoje o valor é de R$ 300.

“Enquanto o País vivia numa espécie de inferno trabalhista, abriu-se um céu em termos de melhora na renda”, afirmou à Folha de S.Paulo Marcelo Neri, diretor da FGV Social. O custo do auxílio emergencial ao longo de nove meses equivale a nove anos de orçamento do Bolsa Família. “Em qualquer hipótese, os valores de um novo programa de ajuda serão irrisórios em comparação ao auxílio”, agrega Neri.

As regiões mais afetadas serão o Nordeste e o Norte, “justamente onde a popularidade de Bolsonaro cresceu com o pagamento do auxílio emergencial”, conforme destaca reportagem da Folha: “Para que a pobreza não aumente tanto, a economia e o emprego teriam de passar por uma recuperação muito forte, com impactos positivos sobre a renda – algo fora da maioria das previsões”. Estima-se que as taxas de desemprego, no início de 2021, variem de 17% a 19%.

Fonte: Com informações da Folha de S.Paulo

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