quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Com alimentos mais caros, inflação de novembro é a maior em 5 anos
A alta nos preços dos combustíveis e, sobretudo, dos alimentos levou a inflação de novembro ao patamar de 0,89% – um índice superior ao resultado de outubro, que ficou em 0,86%. É o maior resultado para um mês de novembro em cinco anos. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira (8), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano, o IPCA acumula alta de 3,13%. Já em 12 meses, o índice é de 4,31% – maior do que os 3,92% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2019, o indicador havia ficado em 0,51%.
Conforme o IBGE, faltando um mês para o fechamento do ano e com o acumulado de 4,31% em 12 meses, a inflação está dentro da meta do governo e próxima ao centro da meta, atualmente estipulada em 4,0%, com margem de 1,5% de tolerância, para mais ou para menos. Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, esse acumulado ainda está influenciado pela inflação forte de dezembro de 2019 por causa das carnes. “Vamos ter que esperar para ver como vai ser o comportamento de dezembro deste ano”, apontou.
O gerente disse que o cenário de novembro é parecido com o notado nos últimos meses, em que o grupo de alimentos e bebidas, cada vez mais caro, continua impactando bastante o resultado. “Dentro desse grupo, os componentes que mais têm pressionado são as carnes (que nesse mês tiveram uma alta de mais de 6%), a batata-inglesa (que subiu quase 30%) e o tomate (com alta de 18,45%)”, disse.
Os preços de outros produtos importantes na cesta das famílias também subiram, como o arroz (6,28%) e o óleo de soja (9,24%). Após as altas, o grupo de alimentos e bebidas variou 2,54%. Outras variações positivas foram da cerveja (1,33%) e do refrigerante e água mineral (1,05%) consumidos fora do domicílio. Esses dois produtos tinham registrado queda em outubro.
Para o pesquisador a maior influência – que é a alta dos alimentos – pode ser explicada por dois fatores. “Por um lado, há o aumento da demanda, sustentada pelos auxílios concedidos pelo governo. Por outro, (existe) a restrição de ofertas no mercado doméstico em um contexto de câmbio mais alto, que estimula as exportações”, contou.
A segunda maior influência no índice de novembro foi o grupo de transportes, com alta de 1,33%. Conforme a pesquisa, a inflação do grupo foi causada pelo aumento no preço da gasolina (1,64%) – “a sexta alta consecutiva”, segundo Kislanov. “Tivemos a alta de 9,23% do etanol e de outros componentes que têm bastante peso dentro dos transportes, como é o caso dos automóveis tanto novos quanto usados.”
O pesquisador destacou, ainda, as altas de seguro voluntário de veículos e do transporte por aplicativo. Os grupos de alimentos e bebidas e transportes representaram cerca de 89% da alta do IPCA de novembro.
A pesquisa indicou ainda que houve elevação de preços em todas as 16 regiões pesquisadas no IPCA. O resultado mais alto foi em Goiânia (1,41%), que sofreu grande impacto da variação positiva das carnes (9,11%) e da energia elétrica (3,69%). O menor foi registrado em Brasília (0,35%), ajudado pela queda nos preços da gasolina (-0,68%).
Fonte: Com informações da Agência Brasil
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