terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Bolsonaro entrega MP da privatização da Eletrobras ao Congresso


Reforçado politicamente pela eleição dos novos presidentes da Câmara Federal e do Senado, ambos aliados a Bolsonaro e afinados com a política neoliberal de Paulo Guedes, o governo avança no projeto entreguista e, a pretexto de acalmar o mercado, dá sinais de que pretende acelerar a prometida privatização do sistema elétrico, tão ansiada pelo capital estrangeiro.

No início desta terça-feira (23), o presidente Jair Bolsonaro foi pessoalmente ao Congresso Nacional, acompanhado do ministro Paulo Guedes, entregar a Medida Provisória da privatização da Eletrobras. Segundo o líder da extrema direita brasileira a política de privatizações “está a todo vapor”.

Com o gesto, o governo quer mostrar ao mercado a determinação de transferir à iniciativa privada a participação da União na estatal, depois que declarações de Jair Bolsonaro deixaram os investidores apreensivos com a possibilidade de interrupção do processo entreguista.

Ao contrário do projeto que estava sendo proposto inicialmente, a capitalização da companhia contará com uma golden share (ação que dá alguns poderes ao governo), como ocorreu com a Vale e a Embraer. A MP vai liberar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para promover estudos sobre a privatização da estatal.

Hoje, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), eleito com forte apoio de Bolsonaro, confirmou a introdução de uma golden share no modelo de venda e chamou os líderes do Congresso para “destrinchar a MP”. É o rolo compressor do fundamentalismo neoliberal, a boiada entreguista que passa enquanto o Brasil padece o agravamento da crise sanitária e econômica.

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