Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, |
O Maranhão tem se consolidado como um importante polo da engenharia espacial no Brasil e, consequentemente, para o Programa Espacial Brasileiro, a partir do Centro de Lançamento de Alcântara. Nesse contexto, a UFMA têm se destacado no desenvolvimento de tecnologias com o objetivo de atender às demandas estratégicas do país.
Na última quinta-feira, 24, o reitor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Fernando Carvalho, recebeu a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, no Núcleo Avançado de Empreendedorismo (NAVE), hub da Agência de Inovação, Empreendedorismo, Pesquisa, Pós-graduação e Internacionalização (Ageufma) da UFMA, para acompanhar o teste de propelente do Veículo Lançador desenvolvido pela Acrux Aerospace Technologies. A Acrux Aerospace Technologies é uma das startups âncora do NAVE.
Durante a visita, o reitor Fernando Carvalho apresentou a UFMA, destacando o que a Universidade tem desenvolvido, com impactos no crescimento socioeconômico do estado.
“Recebemos o governador Carlos Brandão e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e apresentamos as tecnologias que foram desenvolvidas por nossos pesquisadores. Então, é a Universidade mostrando que está atendendo as demandas da sociedade, principalmente, as voltadas a questões estratégicas do país, que é o caso de desenvolvimento de satélites, nanossatélites, e também de desenvolvimento de propelente, que é uma das grandes dificuldades que o país tem hoje. O objetivo da visita da ministra foi conhecer o desenvolvimento desse propelente aqui e também conhecer a questão do desenvolvimento de nanossatélites”, explicou o reitor.
A ministra pontuou a importância das universidades para o país: “São nas instituições públicas, nas universidades, nos institutos federais, que existem 90% da produção de pesquisa científica no nosso país, portanto é um desrespeito tentar desqualificar o sistema nacional de ciência e tecnologia e ao contrário do que o governo dizia, anteriormente, esses são espaços da excelência, da inteligência brasileira, por isso, reitor Fernando, parabéns pelos números, pelo desempenho da UFMA”.
Na ocasião, Luciana Santos anunciou o investimento de R$ 30 milhões para a construção de uma fábrica de propelentes, num esforço do Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em descentralizar o desenvolvimento de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Brasil e fortalecer o Maranhão como um polo estratégico do Programa Espacial Brasileiro.
“Nós vamos poder ter uma fábrica, essa fábrica será no Maranhão, que terá investimento de 30 milhões de reais para carregar esses portadores de veículos, ou seja, a indústria nacional e do Nordeste, porque nós temos que enfrentar também a assimetria regional. Nós temos uma desigualdade na infraestrutura de pesquisa, é a região do Sudeste que concentra as principais infraestruturas de pesquisa, e a gente precisa enfrentar a desigualdade regional. Por isso, nos programas da FINEP, o mais potente, que é o de infraestrutura de pesquisa, o que é isso? Recuperação e expansão de infraestrutura de pesquisa, laboratórios, equipamentos”, expressou Luciana Santos.
O propelente do Veículo Lançador desenvolvido pela Acrux Aerospace Technologies, que foi testado, integra o projeto de construção do foguete que lançará um satélite no espaço, e estima-se que 90% da massa do veículo serão desenvolvidos em território maranhense. O feito, inédito no Brasil, possibilitará que o país passe a compor um conjunto de pouco mais de dez países que possuem domínio sobre essa tecnologia.
“Pela primeira vez na história, nós vamos ter a indústria brasileira nacional desenvolvendo um portador de veículos, e isso não é qualquer coisa, é autonomia, é soberania nacional”, ressaltou a ministra momentos antes da realização do teste.
Para Dherik França, mestrando em engenharia Aeroespacial da UFMA e pesquisador da Acrux, ter a ministra para o teste é um estímulo para desenvolver o setor espacial aqui no estado: “Com essa visita da ministra, nós acreditamos que ela vem fomentar essa parceria entre a Acrux, a Universidade, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e também a FINEP, o Ministério da Ciência e Tecnologia e a Agência Espacial Brasileira. Então, todas essas instituições estarão trabalhando juntas por um propósito, que é o desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro. Nós acreditamos que essas iniciativas, tanto das visitas, das subvenções econômicas por meio desses projetos, são importantes para desenvolver o setor espacial aqui no Maranhão e para que todos os pesquisadores e pesquisadoras venham a contribuir para o Programa Espacial Brasileiro”, expressou Dherik.
Após o exitoso teste do propelente, a ministra Luciana Santos, assistiu a uma breve apresentação sobre o nanossatélite Aldebaran, que, recentemente, foi submetido ao último teste ambiental antes de ser lançado ao espaço, com previsão de lançamento para março deste ano.
Também estiveram na visita o governador do Maranhão, Carlos Brandão; o deputado federal Márcio Jerry; a coordenadora da Unidade Regional de Alcântara da Agência Espacial Brasileira, Danielle Ferreira de Andrade, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), Nordman Wall; o diretor de Inovação da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Ronaldo Carmona, e outras autoridades.
Por: Ingrid Trindade
Fotos: Ingrid Trindade
Revisão: Jáder Cavalcante
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