A Justiça proibiu, na tarde desta
quinta (23), a licitação aberta pelo Governo Roseana Sarney que
tinha por objetivo contratar empresa para gerenciar o Sistema
Penitenciário do Maranhão por dois anos. O valor foi considerado
abusivo e foi denunciado à Justiça pelo deputado estadual Marcelo
Tavares (PSB), coordenador da Equipe de Transição designada por
Flávio Dino.
Com valor de R$ 1,39 bilhão, a
licitação seria realizada na tarde desta quinta (23), às 15h, na
Comissão Central de Licitação do Governo do Estado. O valor, que
corresponde a nada menos que 10% de todo o orçamento do Estado, foi
considerada abusiva pelo juiz Dougla de Melo Martins, que responde
pela Vara de Interesses Difusos e Coletivos.
O juiz acolheu a argumentação do
deputado, que demonstrou que o contrato pretendido pelo Governo
Roseana era abusivo. A licitação transcorreria no final do mandato
de Roseana Sarney, o quer descumpre o artigo 42 da Lei Complementar
101/2000. O dispositivo legal proíbe que nos últimos oito meses de
administração sejam feitas contratações que não possam ser pagas
pelo governo que termina.
Além disto, o juiz salientou que o
valor global do contrato ultrapassa o razoável para a contratação
desse serviço está muito acima do praticado em todo o Brasil. A
título de comparação, o juiz mostrou que o estado do Alagoas gasta
mensalmente por preso o valor total de R$ 3 mil, enquanto o contrato
proposto por Roseana Sarney dedicaria a cada preso nada menos que R$
8.891,00 mensalmente.
A decisão, segundo o magistrado, teve
por obrigação “resguardar o patrimônio público, especialmente
em razão da proibição do enriquecimento ilícito do particular às
custas da Administração Pública”. O caso continuará sendo
investigado pela Justiça Estadual.
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