terça-feira, 24 de maio de 2016

Polícia identifica mais cinco suspeitos de incendiar ônibus e operações continuam


As Forças Policiais do Maranhão identificaram mais cinco suspeitos de comandar os incêndios criminosos de coletivos na capital. São cinco homens que já cumprem pena no sistema penitenciário e de dentro da detenção ordenavam os ataques. Segundo a polícia, todos são líderes integrantes do mesmo grupo criminoso que organizou os primeiros ataques a ônibus, na semana passada. O grupo foi apresentado na manhã desta terça-feira (24), em coletiva à imprensa na sede da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA).

“Todos fazem parte de um mesmo grupo criminoso e agora serão penalizados por mais esse ato. As investigações prosseguem firmes para contermos o avanço destes casos e garantir a segurança da população”, disse o delegado-geral de Polícia Civil, Lawrence Melo. Os cinco presos foram autuados em flagrante por organização criminosa, corrupção de menores e incêndio a coletivos – crimes que se somam às penas que já cumprem. Eles já respondem por roubo, tráfico de drogas, homicídios e formação de quadrilha.

Os apresentados são: Elias Rafael de Paiva, o Tropical; Marcos Antônio de Carvalho, o Marco Latrô, criminoso com larga ficha em latrocínios (roubo seguido de morte); Wilton Torres, o Espiga; Cristiano Nunes Moraes, conhecido como Cris Brown; e Cilas Pereira Bois. “Todos são criminosos de alta periculosidade e que agora serão submetidos a um monitoramento rigoroso, dentro do que pede a legislação”, destaca Thiago Bardal. Com estes, são 10 os criminosos interceptados pelas investigações que estavam agindo de dentro da prisão.

A polícia chegou aos detentos a partir das investigações da Superintendência Especial de Investigação Criminal (Seic), por meio do Serviço de Inteligência. Desde os primeiros atos as equipes vêm monitorando o sistema penitenciário para chegar aos autores dos atentados. Foram aplicadas medidas mais rigorosas nas detenções, e ampliado o monitoramento dos presos, com fins a fazer cumprir todas as determinações pertinentes ao sistema fechado.

“Com o forte monitoramento, os líderes presos ficaram incomodados e vêm orquestrando estes ataques. Mas a polícia está vigilante e eles vão responder por esses atos”, ressaltou o superintendente da Seic, Thiago Bardal.

Desarticulação das quadrilhas

Um forte esquema de contenção da criminalidade é realizado pelas polícias para frear as ações de tráfico de drogas, assalto a banco e ao crime organizado. Há dois dias a polícia conseguiu apreender R$ 700 mil em drogas, na Península e no Olho d’Água, que seriam distribuídas dentro e fora da capital; e desde o início das investigações foram 60 presos, sendo 30 ligados aos incêndios criminosos. As operações das Polícias maranhenses continuam e já a partir desta quarta-feira (25) com o apoio da Força Nacional.

Além das investigações dentro do sistema penitenciário, a Polícia Civil, em atuação conjunta com a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, coordena uma ampla ação dentro dos bairros; nas paradas, terminais e até dentro dos ônibus; e intensificou as blitzen, abordagens e barreiras nas ruas e avenidas da capital. A comunidade também vem somando com a polícia denunciando situações e pessoas suspeitas.

“Com esse trabalho intensivo a polícia tem desarticulado a ação do crime organizado e causado prejuízo aos negócios destas quadrilhas. E vamos continuar firmes no propósito de impedir que consigam se movimentar. A começar pelos presídios e cercando-os de todas as formas nas várias incursões que estamos realizando na Grande Ilha”, destacou Bardal. Estavam presentes ainda a coletiva o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Frederico Pereira e o delegado-chefe da Superintendência de Combate ao Crime Organizado da Seic, Ney Anderson.

Sistema Prisional

Muitos são os investimentos no sistema prisional do Maranhão. Desde o início do atual governo, maior rigor na gestão penitenciária, pondo fim a regalias que se perpetuavam no passado, e a humanização das penas foram tratadas como prioridades no sistema prisional. 

Entre os investimentos, a inclusão de uma rotina com possibilidades de capacitação, estudo e trabalho passou a ser frequente no sistema. Os apenados do sistema penitenciário, que seguem dentro do critério de progressão, têm a oportunidade de trabalhar em fábricas e oficinas, como na construção de concretos (bloquetes, blocos e meio fios), fábrica de pães e doces, chinelos e construção de móveis em MDF.

As medidas de segurança também foram intensificadas na rotina prisional. Maior número de vistorias e grande rigor na sanção de quem se envolve com práticas ilícitas dentro do sistema, foram reforçados. A construção da chamada “Entrada Única” na estrutura do Complexo de Pedrinhas também fortalecerá essas ações.

A entrada, destinada a recepcionar e acolher visitantes dos internos, será feita numa área exclusiva, onde se fará o uso do BodyScan, equipamento que detecta a entrada de objetos proibidos nas unidades. Uma equipe exclusiva será treinada para o uso do equipamento, sendo, também, vistoriada por câmeras. O objetivo das medidas é o término de toda e qualquer revista vexatória, deixando o Estado do Maranhão entre os pioneiros na tentativa de eliminação de tal prática, ao mesmo tempo aumentando ainda mais as medidas de segurança do sistema prisional.

“O Estado tem trabalhado de forma eficiente na reestruturação da segurança prisional. Entretanto, é utópico achar que, mesmo sem o uso de aparelhos celulares, detentos do Maranhão e de todo o país terão sua comunicação 100% restringida com quem está do lado de fora dos presídios. Conforme prevê a Lei de Execuções Penais (LEP), os presos têm direito a receber visitas, inclusive visitas íntimas, e mesmo nos presídios de segurança absolutamente máxima, o diálogo verbal nessas situações é inviolável. Portanto, ordens para práticas criminosas contra a sociedade, independente de onde partam, precisam ser coibidas e combatidas a altura, e é isso que o Estado está fazendo”, afirmou o secretário de Administração Penitenciária, Murilo Andrade de Oliveira.

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