Industriais reunidos em São Paulo estão insatisfeitos |
Plataformas e até siderúrgicas chegam inteiras ao país, e já montadas, sem gerar um único emprego no Brasil. Empresas brasileiras são proibidas de participar de concorrências.
Este é o cenário constatado por representantes da indústria nacional que se reuniram na segunda-feira (23) na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) em São Paulo.
Entre os participantes da iniciativa estavam representantes do setor produtivo, sindicatos de engenheiros de todo o país, Federação Nacional dos Engenheiros, Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Engenharia e do Desenvolvimento Nacional, presidida pelo deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que esteve presente ao evento.
Lava Jato
O encontro é resultado da articulação entre fabricantes de máquinas e engenheiros em defesa da indústria brasileira, que vê o enfraquecimento das empresas nacionais especialmente nos setores de petróleo e gás. Para estes setores, o governo age a serviço do grande capital e das “oil company”.
Murilo alertou ainda que a decisão no âmbito da Lava-Jato veta empresas nacionais, deixando o mercado para as estrangeiras.
“Isso sufoca nosso setor produtivo, paralisa as empresas, produz forte desemprego. Vale lembrar que, para cada engenheiro empregado, há outros 20 trabalhadores no entorno. As demissões estão atingindo todos os segmentos da mão-de-obra”, comenta Murilo.
Para ele, dirigente de uma das entidades que encabeça o movimento, “Se essa determinação persistir não será o começo, mas o meio do fim, ou seja, um passo adiante na liquidação das grandes empresas brasileiras e da própria engenharia nacional”.
Defesa indústria nacional
O vice-presidente da Abimaq, o industrial César Prata expôs os vários meios pelos quais se dá a desnacionalização. “As ZPEs (Zona de Processamento de Exportação), como ocorre no porto de Pecém, no Ceará, escancaram nosso mercado para as estrangeiras. Teve uma empresa coreana que instalou ali uma siderúrgica, que já chegou totalmente pronta”, contou.
Na opinião de Pedro Celestino, presidente do Clube de Engenharia “Sem desenvolvimento, haverá corrosão e desagregação social”.
Fonte: Portal Vermelho com informações da Agência Sindical
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