Por Marcos Aurélio Ruy.
Foto: Thinkstock
A pesquisa Percepções sobre a violência e o assédio contra mulheres no trabalho, feita pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, entre 7 e 20 de outubro e divulgada em dezembro, traz dados para a compreensão do machismo no mercado de trabalho.
“Esse estudo comprova uma realidade sentida por nós mulheres sindicalistas há muito tempo”, revela Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A sindicalista mineira afirma que “a ideologia do patriarcado ainda prevalece em nossa sociedade” e o “mercado de trabalho não foge à regra”. Só que “a cultura do estupro vem ganhando dimensões impensáveis para uma sociedade que se pretenda civilizada”.
Já Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-SP, assinala a violência psicológica como a mais comum, e com maior dificuldade de percepção, sofrida pelas mulheres. “Naturalizar violências que não causam lesões físicas, faz com que esse tipo de violência se perpetue. É muito comum nos depararmos com situações onde as mulheres que sofrem violência se sintam culpadas pela violência que sofrem, ou alguém sempre questiona ‘o que ela fez?’”, afirma.
Acompanhe a pesquisa completa aqui.
A começar pela questão do assédio, tanto moral quanto sexual, pelo qual 92% dos 1.500 entrevistados (mil mulheres e 500 homens) acreditam que as mulheres sofrem mais assédio no ambiente do trabalho. A situação de assédio é crucial no mercado de trabalho brasileiro, mas 76% das mulheres dizem já ter vivenciado alguma situação de humilhação ou violência (gritos, xingamentos ou qualquer tipo de discriminação). Entre os homens esse índice é de 68%.
Por isso, para Gicélia, “é necessário forçar o debate para o despertar da consciência de que as mulheres não devem ser culpabilizadas pela violência sofrida e desconstruir esse machismo imposto pelo patriarcado”.
As mulheres buscam independência financeira no trabalho, disseram 69% das pesquisadas. Entre os homens esse índice é de 60%. Já 68% das mulheres acreditam ter menos possibilidades de serem promovidas por serem mulheres e mães.
A pandemia agravou a situação. Pela opinião de 92% das mulheres entrevistadas, a pandemia trouxe mais prejuízos a elas com o acúmulo de tarefas domésticas e cuidados com os filhos. Entre os homens 84% acreditam nisso. Além de ter aumentado durante a pandemia, a violência doméstica piora o desempenho no trabalho, afirmam 69% das mulheres.
A insegurança no mercado de trabalho também cresceu mais para as mulheres durante a pandemia. O estudo aponta que 64% delas relataram aumento no medo de perder o emprego, entre os homens 61% viram esse medo crescer. Já 34% delas e 30% deles perderam o emprego por causa da pandemia.
Enquanto 78% das mulheres relataram sobrecarga de trabalho causada pelo isolamento social e o home office, entre os homens 65% disseram ter aumentado o trabalho no período. O trabalho doméstico aumentou para 72% das mulheres e 45% dos homens.
Celina realça a importância da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que preconiza a extinção do assédio e da violência no ambiente do trabalho. “Pesquisas como essa reforçam a importância da nossa luta por igualdade de direitos entres os gêneros no mercado de trabalho e na sociedade”.
De acordo com ela, é necessário aumentar a presença da mulher em cargos mais elevados no mercado de trabalho e nos movimentos sociais, assim como no movimento sindical. “Quanto mais mulheres tivermos em cargos de direção em todas as instâncias, mais conseguiremos dar visibilidade à nossa luta por igualdade de gênero”.
A pesquisa Percepções sobre a violência e o assédio contra mulheres no trabalho, feita pelos institutos Locomotiva e Patrícia Galvão, entre 7 e 20 de outubro e divulgada em dezembro, traz dados para a compreensão do machismo no mercado de trabalho.
“Esse estudo comprova uma realidade sentida por nós mulheres sindicalistas há muito tempo”, revela Celina Arêas, secretária da Mulher Trabalhadora da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
A sindicalista mineira afirma que “a ideologia do patriarcado ainda prevalece em nossa sociedade” e o “mercado de trabalho não foge à regra”. Só que “a cultura do estupro vem ganhando dimensões impensáveis para uma sociedade que se pretenda civilizada”.
Já Gicélia Bitencourt, secretária da Mulher Trabalhadora da CTB-SP, assinala a violência psicológica como a mais comum, e com maior dificuldade de percepção, sofrida pelas mulheres. “Naturalizar violências que não causam lesões físicas, faz com que esse tipo de violência se perpetue. É muito comum nos depararmos com situações onde as mulheres que sofrem violência se sintam culpadas pela violência que sofrem, ou alguém sempre questiona ‘o que ela fez?’”, afirma.
Acompanhe a pesquisa completa aqui.
A começar pela questão do assédio, tanto moral quanto sexual, pelo qual 92% dos 1.500 entrevistados (mil mulheres e 500 homens) acreditam que as mulheres sofrem mais assédio no ambiente do trabalho. A situação de assédio é crucial no mercado de trabalho brasileiro, mas 76% das mulheres dizem já ter vivenciado alguma situação de humilhação ou violência (gritos, xingamentos ou qualquer tipo de discriminação). Entre os homens esse índice é de 68%.
Por isso, para Gicélia, “é necessário forçar o debate para o despertar da consciência de que as mulheres não devem ser culpabilizadas pela violência sofrida e desconstruir esse machismo imposto pelo patriarcado”.
As mulheres buscam independência financeira no trabalho, disseram 69% das pesquisadas. Entre os homens esse índice é de 60%. Já 68% das mulheres acreditam ter menos possibilidades de serem promovidas por serem mulheres e mães.
A pandemia agravou a situação. Pela opinião de 92% das mulheres entrevistadas, a pandemia trouxe mais prejuízos a elas com o acúmulo de tarefas domésticas e cuidados com os filhos. Entre os homens 84% acreditam nisso. Além de ter aumentado durante a pandemia, a violência doméstica piora o desempenho no trabalho, afirmam 69% das mulheres.
A insegurança no mercado de trabalho também cresceu mais para as mulheres durante a pandemia. O estudo aponta que 64% delas relataram aumento no medo de perder o emprego, entre os homens 61% viram esse medo crescer. Já 34% delas e 30% deles perderam o emprego por causa da pandemia.
Enquanto 78% das mulheres relataram sobrecarga de trabalho causada pelo isolamento social e o home office, entre os homens 65% disseram ter aumentado o trabalho no período. O trabalho doméstico aumentou para 72% das mulheres e 45% dos homens.
Celina realça a importância da Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que preconiza a extinção do assédio e da violência no ambiente do trabalho. “Pesquisas como essa reforçam a importância da nossa luta por igualdade de direitos entres os gêneros no mercado de trabalho e na sociedade”.
De acordo com ela, é necessário aumentar a presença da mulher em cargos mais elevados no mercado de trabalho e nos movimentos sociais, assim como no movimento sindical. “Quanto mais mulheres tivermos em cargos de direção em todas as instâncias, mais conseguiremos dar visibilidade à nossa luta por igualdade de gênero”.
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