Flávio Dino |
TRÊS CAMINHOS PARA BONS GOVERNOS
Um dos maiores líderes do nosso tempo, o Papa Francisco, expôs na Carta Encíclica Fratelli Tutti ensinamentos de grande relevância. O Santo Padre defende uma ordem social e política cuja alma seja a caridade, a política colocada a serviço do bem comum. E sustenta que os mais frágeis e pobres devem guiar nossos corações e as tomadas de decisões. É nobre na política, segundo as palavras do Papa Francisco, ser capaz de desencadear processos cujos frutos serão colhidos por outros, com a esperança colocada na força do bem que se semeia. O amor ao próximo se une à esperança por meio da política, e com essa união poderosa é possível plantar novas sementes, irradiar mudanças, colher dias melhores para todos e todas.
Quando assumimos a gestão do Governo do Maranhão, as condições do estado, em face da gigantesca dívida social historicamente acumulada, eram muito difíceis. Havia serviços públicos sucateados, baixa oferta de atendimento a direitos e pouca ou nenhuma capacidade de trazer inovação para fazer as mudanças necessárias. De forma imediata, era preciso começar a pagar a dívida social. Trago, por exemplo, o caso da saúde pública do Maranhão. Até janeiro de 2015, só era possível encontrar leitos estaduais de UTI, essenciais ao cuidado de casos graves, em 3 cidades do nosso estado. Sete anos depois, entregamos uma rede ampliada e com oferta de UTI em 22 cidades. Na educação, saímos do zero para 100 escolas em Tempo Integral. Na segurança alimentar, encontramos 6 restaurantes populares em funcionamento; deixamos 106. Esses foram passos largos, dados com muita coragem, segurança e planejamento, em meio a um cenário de variadas crises, condições áridas e hostis, econômica e politicamente.
Para tais avanços, considero que três caminhos foram fundamentais. O primeiro deles, sem dúvida, foi a força de vontade. Quem lidera o processo precisa acreditar naquilo que está falando. As palavras necessitam casar com as atitudes, com o que está refletido no olhar, com o que está no coração. E a partir daí é possível motivar equipes o que, no caso do Governo do Maranhão, significa motivar dezenas de milhares de pessoas. O líder sozinho não faz nada. A equipe unida e imbuída em favor de uma causa faz muito. O Maranhão possui, desde 2020, a menor taxa de mortalidade por coronavírus do Brasil. E isso só foi possível porque os profissionais de saúde apoiaram seus líderes e, motivados pela caridade social, nos ajudaram a salvar milhares de vidas de maranhenses.
O segundo caminho fundamental é valorizar a marca da honestidade e da transparência. É importante que o cidadão e a cidadã consigam enxergar que há uma luta real para que o dinheiro público seja usado da forma correta e traga benefícios às pessoas. Foi o que fizemos no Maranhão, em forte contraste com práticas espúrias em nível federal, envolvendo o vergonhoso orçamento secreto. Tais verbas federais, muitas vezes, somem em tenebrosos esquemas, e isso tem que acabar.
Por fim, a última estrada a ser percorrida é a busca da eficiência, a partir do entendimento de que o serviço público não pode ser prestado de qualquer jeito. Infelizmente, ainda existe uma cultura de que o que é público é pior, e isso não pode se cristalizar. Temos que lutar firmemente para que o hospital público seja tão bom ou melhor que o hospital privado, que a escola pública seja tão boa ou melhor que a escola privada. Quem conhece nossos hospitais macrorregionais ou regionais sabe que atingimos padrões inéditos de atendimento. Quem conhece os laboratórios dos nossos IEMAs fica impressionado. E também basta lembrar o suplício que era tirar uma carteira de identidade no passado, e comparar com a rede de VIVAs/Procons que implantamos em todas as regiões.
São extraordinárias conquistas do Maranhão, apesar da conjuntura nacional difícil. Demos grandiosos passos com as mudanças implementadas. Pavimentamos avenidas de oportunidades, para que, cada vez mais, tenhamos um Maranhão de Todos Nós.
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