Aministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, participou nesta sexta-feira (10), na sede da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Paulo, de reunião com representantes da comunidade científica. O encontro selou a retomada do diálogo e o compromisso do MCTI com a participação dos diversos atores do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia na construção das políticas públicas.“Quero ressaltar o caráter simbólico desta reunião. Ela é prova inequívoca do nosso compromisso de retomar o diálogo e a parceria com a Academia, a comunidade científica e todos os atores que compõem o Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia”, disse a ministra.
O presidente da SBPC, Renato Janine, abriu o encontro defendendo a adoção de medidas urgentes para superar as dificuldades enfrentadas pelas atividades de pesquisa e desenvolvimento no país. “Após quatro anos de um governo que promoveu o negacionismo, temos urgência de retomar as pautas que podem reconstruir o Brasil. Entendemos e a ministra compartilha a visão da importância da ciência para o desenvolvimento econômico e social. Por isso, temos pressa”, disse Janine.
“A comunidade científica estava precisando de foco e da retomada do diálogo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação”, acrescentou a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader.
A ministra Luciana Santos reafirmou o empenho do MCTI em recompor o Orçamento e ressaltou que um pedido de crédito suplementar será feito pelo governo federal ao Congresso Nacional para recuperar R$ 4,2 bilhões do FNDCT. Ela sinalizou ainda que o reajuste das bolsas de pesquisa e estudo do CNPq e da Capes deve ser anunciado pelo presidente Lula na próxima semana.
“Apresentamos uma proposta de reajuste e de expansão da oferta de bolsas em todos os níveis. Essa proposta foi aprovada e está aguardando a agenda do presidente Lula para ser anunciada, o que deve ocorrer nos próximos dias”, explicou.
Durante o encontro na SBPC, a ministra ouviu as principais demandas de pesquisadores, reitores e representantes da comunidade científica. A pesquisadora Ana Tereza Ribeiro, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), destacou a falta coordenação entre os institutos vinculados ao MCTI. “Eles atuam de forma independente, mas devem estar alinhados às demandas estratégicas do país”, avaliou.
Já a professora Miriam Grossi, da Universidade Federal de Santa Catarina, defendeu a implementação de políticas afirmativas para promover a inclusão de pesquisadores negros e dos povos originários na ciência. “A ciência brasileira é desigual. Não há pesquisadores negros. E as ações afirmativas são urgentes.”
O presidente da Fapesp, Marco Antônio Zago, lamentou o fenômeno mundial que tem afastado os jovens das carreiras científicas. Segundo ele, o ingresso de estudantes nos cursos de Engenharia caiu 40%, e a demanda por bolsas de estudo e pesquisa está 30% menor. “Reajustar o valor das bolsas é importante, mas não é suficiente. É preciso buscar outras medidas para resgatar os jovens para a ciência.”
Ao final do encontro, a ministra Luciana Santos assegurou que vai manter o diálogo aberto com a comunidade científica. “Farei desses encontros uma rotina.”
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