sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Projeto de extensão da UFMA “Astronomia no Sertão” é finalista no Prêmio LED 2025


O projeto de extensão Astronomia no Sertão é uma das cinco iniciativas finalistas da categoria “Educadores inovadores” do prêmio Luz na Educação (LED) 2025. O projeto, coordenado pela docente do Centro de Ciências de Grajaú (CCGR) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Daniely Gaspar de Sousa, tem o objetivo de promover e popularizar a ciência e a tecnologia por meio da astronomia.

A premiação LED, que está em sua quarta edição em 2025, é uma realização da Rede Globo e da Fundação Roberto Marinho, tendo sido criada com o intuito de celebrar educadores, estudantes, instituições e empreendedores de práticas transformadoras do ensino científico com impacto socioambiental. A divulgação dos vencedores do prêmio, que consiste no valor de R$200 mil para cada escolhido, está prevista para abril de 2025 e será realizada com base nos critérios inovação, impacto, escala e replicabilidade e rigor metodológico.


“O prêmio LED representa uma oportunidade ímpar para o reconhecimento do trabalho realizado pelo projeto, consolidando sua relevância e contribuição para uma educação inovadora. Como coordenadora, minhas expectativas são as melhores possíveis, mas, principalmente, que aconteça a ampliação do impacto social e educacional do projeto”, contou Daniely.

Trajetória da Astronomia no Sertão

Elaborada por Daniely em 2019, a ideia do projeto surgiu enquanto a professora ministrava a disciplina optativa “Introdução à Astronomia” do curso de Licenciatura em Ciências Naturais -Química da UFMA, em que foram realizados experimentos de observação de astros com o telescópio modelo Celestron, disponibilizado pela Universidade.


“Ao final da disciplina, realizei um evento com os experimentos que os alunos construíram, abrimos para a população da cidade e as pessoas vieram até o câmpus para participar da exposição. Colocamos o telescópio, os experimentos, fizemos algumas apresentações culturais e daí surgiu o primeiro evento, que foi a chamada ‘Noite da Astronomia’ de Grajaú. A partir daí, começamos a escutar as pessoas no evento e foi sugerido que a observação pelo telescópio no sertão seria melhor. Sertão são os povoados, como chamam em Grajaú. Daí surgiu a ideia”, relatou a professora.

O projeto, coordenado em parceria com o docente do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) Genilson Martins, tem atuação reconhecida no cenário nacional: além da conquista do título de finalista no prêmio LED 2025, também alcançou o prêmio do primeiro lugar da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) em 2022, na categoria “PopVídeo Ciências”, sendo celebrado por suas oficinas, palestras, mostras e experimentos.


“A Fapema de 2022 foi algo muito emocionante porque movimentou muito a cidade, mais pessoas tiveram oportunidade de conhecer o projeto, foi muito marcante participar. A notoriedade que o Astronomia no Sertão alcançou ao longo dos anos é reflexo de muito esforço, de muito trabalho, de muita dedicação, e também por ser um projeto muito interessante, que desperta muita atenção das pessoas, muita curiosidade”, reconheceu a coordenadora.

As ações da extensão, voltadas principalmente para as comunidades da zona rural de Grajaú, também alcançam outros municípios, proporcionando acesso e troca de conhecimento científico à população. Daniely exemplificou: “O projeto conseguiu um recurso do Ministério de Ciência e Tecnologia e assim foi possível ampliar para outras cidades: Timon, Alcântara e Santa Inês. Também recebemos convites de outras cidades. Realizamos ações em São Bernardo, Timbiras, e assim vamos levando o projeto”.


“Dentro do projeto, temos várias atividades. Uma delas é a astronáutica, que faz parte das oficinas de foguetes. Construímos essas oficinas visando à Mostra Brasileira de Foguetes e à nossa participação na Jornada de Foguetes com os alunos indígenas. Para a construção de foguetes, nós ensinamos vários conceitos da ciência: de química, de física; isso ajuda com que compreendam a aerodinâmica, a relação de espaço e ciência”, reforçou Daniely.

Recentemente, por meio do projeto, estudantes indígenas de Grajaú venceram a maior competição de foguetes do país (saiba mais aqui).

Ressaltando o impacto do acolhimento das comunidades com as atividades da extensão, a educadora expressou: “O engajamento das comunidades, principalmente das comunidades indígenas, tem sido bastante positivo. Temos visto os jovens em especial se engajando bastante, mostrando curiosidade, interesse em participar de todos os aspectos do projeto, da robótica, da astronomia, da astronáutica, isso tem incentivado o interesse pela ciência.”


O projeto também promove eventos nos quais são apresentados os experimentos e instrumentos da extensão. Neles também são abertas vendas de artesanato e alimentos produzidos pela comunidade e destacadas as atrações culturais e atividades de robótica e relacionadas aos foguetes.

Relatando suas expectativas para o futuro do projeto, Daniely exprimiu: “Hoje o objetivo do Astronomia no Sertão é crescer cada vez mais: poder levar ciência para regiões cada vez mais distantes, mais remotas, com menos acesso. Hoje, além da popularização da ciência, fazemos a interiorização que é levar para essas comunidades que têm menos acesso ao conhecimento científico”.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o Instagram da equipe.

Por: Lucas Cássio Ferreira

Produção: Sarah Dantas

Fotos: arquivo pessoal do projeto

Revisão: Jáder Cavalcante

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