sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Em meio a risco de desastre, Copom mantém Selic em 14,25%

 Diante do risco de provocar um desestre na economia, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, nesta quarta-feira (20), manter a Selic em 14,25% ao ano – percentual que já é o mais elevado dos últimos nove anos. Mais uma vez, a decisão não foi unânime. 


Dos oito integrantes do colegiado, os diretores Tony Volpon e Sidnei Marques novamente votaram por alta de 0,50 ponto percentual, mas tiveram a posição derrotada. 


Votaram pela manutenção da taxa no atual percentual Alexandre Tombini, Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Antero Meireles, Luiz Edson Feltrin, Otávio Damásio.

“Avaliando o cenário macroeconômico, as perspectivas para a inflação e o atual balanço de riscos e considerando a elevação das incertezas domésticas e, principalmente externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25% ao ano, sem viés, por seis votos a favor e dois pela elevação da taxa em 0,5 ponto percentual”, diz o Copom, no seu comunicado.

Embora as previsões iniciais fossem de que haveria aumento na taxa de juros – por causa de sinalizações dadas pelo Banco Central –, na manhã da última terça (19), uma nota emitida pelo presidente da autoridade monetária alterou as expectativas.

Ao comentar a mudança da projeção do FMI para o PIB do Brasil, de contração de 1% para recuo de 3,5%, Alexandre Tombini disse que as revisões das projeções foram significativas e seriam consideradas na decisão do Copom.

Mesmo com a decisão do Copom de manter a Selic em 14,25% ao ano, o Brasil continua sendo recordista de juros altos. De acordo com O Globo, o país possui os juros reais mais altos, entre 40 países pesquisados pelo economista Jason Vieira, da Infinity Asset Management em parceria com o site MoneYou. O país tem juro real de 6,78% ao ano, seguido pela Rússia, com taxa de 2,78% e pela China com juro real de 2,61%, diz o jornal.

Em nota, a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) avaliou como ‘acertada’ a decisão do Copom. Para a entidade, “um novo ciclo de aperto monetário não é a solução para que a inflação retorne à meta estabelecida”. De acordo com a Firjan, o aumento da taxa básica de juros apenas agravaria a recessão como também a situação das contas públicas.

A possibilidade de aumento da taxa de juros vinha sendo combatida por empresários, trabalhadores e economistas, que apontavam que uma decisão nesse sentido só aprofundaria a crise, reduziria a renda e causaria mais desemprego, além de  ter impactos negativos sobre a dívida pública.  


Fonte: Do Portal Vermelho, com agências




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