Maior nome da música maranhense, o cantor e compositor João do Vale dá nome ao mais novo espaço cultural e de lazer do estado, o Parque João do Vale. A inauguração acontece neste sábado (4), às 9h, na cidade de Pedreiras, berço do artista consagrado nacionalmente.
Na programação da inauguração estão previstas diversas atrações culturais e esportivas. Grupos locais farão apresentação de zumba e capoeira, e equipes de jogos ocuparão as quadras poliesportivas durante todo o dia.
O evento contará ainda com a apresentação especial do musical João do Vale, com músicas interpretadas pelo ator Vicente Melo. O musical, realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, foi sucesso de público em diversos estados.
O Parque João do Vale é um marco histórico para a cidade de Pedreiras e um dos maiores centros de convivência, diversão e arte construídos no estado. Conta com importante área de lazer, valorizando a cultura, o esporte, a vida comunitária e o desenvolvimento do turismo.
Entre as atrações estão o memorial João do Vale, a escola de música e o centro de referência da juventude, réplica de uma estação de trem (referência ao sucesso musical “De Teresina à São Luís” do artista), biblioteca (com espaço infantil e tecnológico), 4 Praças temáticas: Pisa na Fulô, Carcará, Asa do Vento e João do Vale, brinquedos interativos / instrumentos musicais, restaurante, auditório, academia ao ar livre, área de churrasqueira, quadras de areia e poliesportiva, 3 playgrounds, fonte luminosa e outras atrações paisagísticas.
João do Vale – breve biografia
Nascido na cidade de Pedreiras-MA, em 1933, João Batista do Vale foi um compositor que marcou a música popular brasileira.
Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar, para ajudar a família. Aos 13 anos foi para a capital maranhense, onde participou de um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite.
Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em boleias de caminhão: em Fortaleza-CE, foi ajudante de caminhão; em Teófilo Otoni-MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro-RJ, onde chegou em dezembro de 1950, empregou-se como ajudante de pedreiro numa obra no bairro de Ipanema.
Passou a frequentar programas de rádio, para conhecer os artistas e apresentar suas composições, na maioria baiões. Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em 1953, Marlene lançou em disco Estrela miúda, que também teve êxito; outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então músicas de sua autoria.
Em 1964 estreou como cantor no restaurante Zicartola, onde nasceu a ideia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou ao lado de Zé Kéti e Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua música Carcará, a mais marcante do espetáculo, que lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a trilha sonora de Meu nome é Lampião.
Depois de se afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 “Se eu tivesse o meu mundo” e, em 1975, participou da remontagem do show Opinião, no Rio de Janeiro.
Tem dezenas de músicas gravadas e algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta, gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulô (baião de 1957, gravado por ele mesmo).
Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que, no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo artistas para gravar o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de melhor disco regional.
Faleceu em São Luís MA no dia 06 de dezembro de 1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário