Centrais reunidas |
Após reunião nesta terça-feira (13), as centrais CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB anunciaram que farão duas grandes mobilizações unificadas em defesa da pauta trabalhista e pela revogação das medidas que alteram a concessão de benefícios previdenciários e trabalhistas. O governo, por sua vez, manifestou disposição de diálogo com os trabalhadores.
A primeira mobilização das centrais será o Dia Nacional de Lutas, em 28 de janeiro, pela defesa dos empregos, direitos e pela revogação das medidas anunciados no final do ano. O segundo ato, será a Marcha da Classe Trabalhadora, que ocorrerá no dia 26 de fevereiro, em São Paulo, com concentração na Praça da Sé.
Antes das manifestações, os representantes sindicais devem se reunir com o governo. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosseto, disse também nesta terça (13) que o governo quer dialogar com as centrais e vai marcar uma reunião para a próxima semana, entre os dias 19 ou 20, em São Paulo. Além de Rossetto, os ministros Carlos Gabas (Previdência), Manoel Dias (Trabalho) e Nelson Barbosa (Planejamento) devem participar do encontro.
Sinal positivo
“As centrais valorizam o diálogo reafirmado pelo governo. Nós sempre defendemos que participação e diálogo são os instrumentos para encontrar o melhor caminho para que o trabalhador não seja penalizado como já foi ao longo da história”, disse o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adílson Araújo, que lamentou que isso não tenha sido feito antes do anúncio das medidas.
“Por unanimidade, as centrais consideram as medidas anunciadas um retrocesso porque criam dificuldades para o trabalhador. O movimento sindical vai exercer a pressão sobre o governo para que dê continuidade ao ciclo mudancista, pois esse é o projeto político que nós apoiamos e que saiu vencedor na batalha eleitoral”, ressaltou o líder cetebista.
Resposta nas ruas
A presidenta em exercício da CUT, Carmen Foro, também criticou as medidas do governo e apontou a necessidade de dar uma resposta nas ruas a essas ações. “O governo tende a fazer o ajuste na economia à custa dos trabalhadores e não vamos permitir nenhum direito a menos, como disse a presidenta Dilma no discurso de posse. Queremos que esse discurso agora se viabilize”, alertou.
Ela também manifestou que a sinalização do diálogo pelo governo foi positiva, mas disse que esse diálogo deve resultar “na construção de uma mesa permanente de negociação” para impedir a generalização de um cenário de demissões por todo o país.
Já o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, enfatizou a necessidade de unificar as ações das centrais. “As atividades que estamos desenvolvendo é a favor do emprego e da inclusão social”, disse ele.
Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), a aprovação da Convenção 158 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que impede a demissão imotivada, é cada vez mais necessária para impedir demissões como estão ocorrendo no setor automotivo. “Essa deve ser uma das medidas de contrapartida do governo”, salientou Juruna. Ele lembra que cada trabalhador desempregado no setor automotivo representa 18 na cadeia produtiva do país.
Governo quer dialogar
O ministro Rosseto, por sua vez, disse que o governo não vai reduzir direitos dos trabalhadores, mas reafirmou que está aberto ao diálogo. “Vamos escutar os dirigentes e estamos abertos às manifestações das centrais”, disse o ministro.
As medidas provisórias foram anunciadas dia 29 de dezembro do ano passado. As alterações nas regras tornam mais rígidas a concessão de benefícios como abono salarial, seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença. A justificativa é uma economia de quase R$ 18 bilhões por ano com as medidas.
“Vamos apresentar uma a uma as propostas, e vamos escutar os dirigentes”, garantiu Rossetto, destacando que seu mandato será pautado pela construção de uma agenda permanente de diálogo com a sociedade civil. De acordo com ele, com esse subsídio, serão construídas todas as agendas de mudança e reforma do governo da presidenta Dilma.
“É minha responsabilidade tomar iniciativa e estimular, incentivar o amplo e permanente e verdadeiro processo de discussão política com a sociedade civil. É melhor quando nós construímos e atualizamos nossas políticas públicas a partir de um diálogo com a sociedade. Isso significa que nós reconhecemos uma enorme vitalidade política, vigor, inteligência da sociedade brasileira que irá encontrar no governo espaços reais de participação e voz ativa”, afirmou.
Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências
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