Joaquim Levy, Ministro da Fazenda do Brasil |
O ministro da Fazenda,
Joaquim Levy, afirmou que as medidas econômicas tomadas recentemente
pelo governo – e as que serão tomadas nos próximos meses – garantirão,
passo a passo, um crescimento sólido ao País. “Principalmente para o
investidor internacional, é muito importante saber que estamos
trabalhando não para o curtíssimo prazo. Não estamos aqui procurando
fazer remendos. Estamos arrumando para termos um crescimento sólido.
Então, acho que não vamos ter tantas dificuldades”, afiançou ele nessa quarta-feira (21), em entrevista coletiva em Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.
O ministro lembrou que a economia tem
seu próprio tempo para reagir e que parte da inércia de 2014 pode se
refletir no primeiro trimestre de 2014, mas isso não vai impedir a
retomada do crescimento. “Tivemos uma contração, deu uma melhorada, e é muito provável que a gente vá continuar subindo”, enfatiza.
“Temos que ser cautelosos. Mas
acredito que, com a arrumada na casa que o governo está promovendo,
dentro em pouco teremos a confiança [do mercado]. A gente já vê em
alguns indicadores [positivos] do mercado de capitais. (…) Então, acho
que a economia tem tudo para reagir bem quando as coisas estiverem nos
seus lugares”, afirmou.
Em suas conversas com empresários,
investidores e representantes de governos em Davos, o ministro relatou
ter encontrado um interesse e uma torcida muito grandes pelo Brasil. “A gente já vê a disposição das pessoas para tomarem risco [de investir] no Brasil. Esse é o primeiro impacto.”
“Acho que na hora que a gente tiver
posto todas as peças no lugar, tiver dado a sinalização de preços,
muitas empresas e pessoas vão estar retomando suas decisões [de investir
no País]. E eu acho que esse é o caminho pra gente retomar o
crescimento e também preservar os empregos”, acrescentou.
Competitividade e mercado de trabalho
Joaquim Levy explicou que os ajustes econômicos vão preparar o País para um cenário global mais competitivo, em que o bônus das commodities já não está mais tão presente. Por isso, é preciso facilitar a vida de quem acredita e investe no Brasil, simplificando, por exemplo, as questões tributárias, a fim de criar um cenário favorável ao mercado financeiro, ao investimento, ao empreendedorismo, à geração do emprego e ao crescimento da renda.
“Muita coisa, que ainda vamos fazer nos próximos meses, vai facilitar exatamente essa questão”, adiantou.
Segundo ele, o governo tem uma grande agenda nesse sentido. “Todo
o governo, não apenas a Fazenda. Para as pequenas e médias empresas,
que são aquelas que mais rapidamente criam empregos. Então, para
falarmos do mercado de trabalho, temos que ver todas as outras coisas
que vamos fazer. Estamos realmente trabalhando ao máximo para antecipar
essas medidas de facilitação, para criar um ambiente para que as pessoas
que acreditam no Brasil possam fazer as coisas.”
Durante a entrevista em Davos, o
ministro ainda elogiou o trabalho que vem sendo feito pelo empresário
Armando Monteiro à frente do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, quanto ao aumento da competitividade das empresas brasileiras.“Ele tem focado muito em que a gente tem que exportar, tem que estar aí conquistando mercado.”
Para Levy, a atual queda no preço do
petróleo pode ajudar a economia mundial a crescer e ser benéfica para o
Brasil neste sentido.
“Se a economia mundial cresce,
exportar fica até mais fácil. Nos Estados Unidos, onde a economia vem
crescendo, nossas exportações vêm aumentando. Inclusive as exportações
de manufaturados. Então, a queda do petróleo é uma boa notícia,
inclusive para as nossas indústrias, no sentido de manufatura. Porque
abre novos mercados para o Brasil. Por isso, quando se olha no geral, o
petróleo mais baixo é bom para o Brasil”, concluiu.
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