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| Zé Maria Medeiros |
E uma vez mais a arte popular entra em choque com a burocracia.
Independente da burocracia (às vezes burra) o Blog e a cidade de São Luís já acompanham Zé Maria Medeiros a algum tempo e reconhece nele artista de imensa criatividade.
Enquanto tal, Zé Maria merece o respeito necessário e não deve ser tratado como um ser social desprovido de identidade, como se fosse um sujeito que faz mal à cidade e seu povo.
Zé Maria faz bem à alma da cidade.
O Blog reproduz o desabafo do artista (A vida é uma festa) e cobra de autoridades o apoio necessário aos artistas e não apenas o fechamento burocrático da expressão mais pura da arte de rua em São Luís.
Leia abaixo a narrativa dos acontecimentos feita pelo próprio artista e distribuída em sua página pessoal no Facebook.
ESTOU NOTIFICADO QUE SE EU EXERCER O DIREITO DE VIVER DA DIGNIDADE DO MEU TRABALHO SEREI PUNIDO
Sexta-feira passada, dia 10, fui visitado pela Autoridade Municipal na pessoa de três funcionários acompanhados da Polícia Militar e que eu mostrasse a “licença”? que eu tinha para realizar na Cia Circense o “Circo no Reggae” nossa atividade cultural de todas as sextas. Informo ao leitor que na quarta-feira nós realizamos o Cinema na Rua e na quinta-feira A Vida é Uma Festa com 12 anos e dez meses ininterruptos. A nossa arte é de rua. Fazemos no Beco dos Catraieiros o mais charmoso e pequeno Beco da Praia Grande onde é a sede da Cia Circense há 25 anos.
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| A Vida é uma Festa |
Assino as notificações como quem assina sua sentença de nulidade social. Convido-a que venha qualquer dia tomar um chope com a gente. Saímos e me deparo com um sem número de policiais, pensei em 30, mais camburões, luzes e pisca-pisca, show.
Vou com Maguelo e mais um parceiro trazer a minha enorme, antiga e pesada caixa de som para completar o fechamento da noite e me vieram as seguintes perguntas:
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| Cia Circence |
Porque tantos policiais? Estou ali há 25 anos, nunca promovi qualquer crime, sou um artista atuante com 6 livros lançados, cd, shows, mais de 1000 apresentações com Circo Penico Sem Tampa com Gilson, Sandra, Silvana, Beto, Índio. Sou pacífico e pacifista.
Porque aquela senhora havia me procurado ali perto da meia-noite, quando eu já fechava? Porque não me procurara no normal do dia, estou ali de manhã, de tarde e até boca da noite.
O que moveu este zelo? Não é certamente a nossa economia vinda do lucro da venda de 3 caixas de cervejas e 2 de cervejão divididos entre eu, Lucineide que vende as cervejas e Maguelo que pilota a Maré de Som. Cada um sai no fim da noite com setenta reais.
Porque tantas visitas policiais? Curiosidade? Visitem-nos, à luz do dia, à luz da Lua, somos gentis e hospitaleiros. Promovemos o reconhecimento que cada ser humano é portador da centelha da vida e por isso o reconhecemos como igual. Um igual junto com todas as nossas diferenças e com direito de escolher a vida que lhe convém, no respeito conseguido pelo amor, pela solidariedade, pelo equilíbrio, pela humildade e pela disciplina. As portas da Circense estão sempre abertas.



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