segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Escolas da rede municipal de São Luís desenvolvem programação sobre o Dia da Consciência Negra


Unidades de Educação Básica (U.E.Bs) da rede municipal de São Luís desenvolvem, durante toda esta semana, várias atividades alusivas ao Dia da Consciência Negra - comemorado em 20 de novembro. Oficinas, contação de histórias, jogos, brincadeiras, desenho, pintura e confecção de objetos da cultura africana, além da exibição de vídeos e slides sobre a história, culinária, os animais e as vestimentas típicas dos povos negros, estão dentro da programação de várias escolas.

Na manhã desta segunda (20), as unidades de Educação Infantil (U.E.B.) Bernardina Spíndola, no Centro, e Luís Augusto Monier, na Gancharia (Itaqui-Bacanga), envolveram as crianças com músicas, danças, jogos, brincadeiras e contos africanos, ressaltando as características do povo negro, bem como sua culinária e vestimentas, com o objetivo de promover a consciência negra e combater o racismo e o preconceito.

O titular da Secretária Municipal de Educação (Semed), Moacir Feitosa, diz que a Educação Integral insere desde as séries iniciais da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, conteúdos que valorizem e estimulem a convivência pacífica, o trabalho em grupo e a promoção de atividades lúdicas que ensinem valores e princípios de respeito e amor ao próximo.

"Uma educação inclusiva requer conteúdos que ensinem princípios e valores que as crianças vão levar para toda a vida. E os educadores da rede municipal têm essa preocupação, assim como é compromisso da gestão do prefeito Edivaldo apoiar ações que contribuam para o processo de ensino e aprendizagem, para a elevação da autoestima dos estudantes, acabando com o preconceito e promovendo a inclusão", assinalou Moacir Feitosa.

A coordenadora pedagógica da U.E.B. Infantil Bernardina Spíndola, professora Kátia Castro, conta que as professoras trabalharão durante toda semana conteúdos relativos à data do 20 de novembro. Nesta segunda-feira (20) cerca de 90 crianças assistiram aos vídeos "A botija de ouro", "Raízes africanas no Brasil", e o conto "Cabelo de Lelê". Logo após, as professoras conversaram em sala de aula sobre a história dos negros, suas danças, música, vestimentas e culinária, e trabalharam dinâmicas de reconhecimento com relação à cor da pele, cabelos, e outras características do povo africano. "As professoras também falaram sobre a data e explicaram a importância que ela tem para os povos negros no Brasil", comentou Kátia Castro.

PROJETO

A comemoração da Semana da Consciência Negra também marca o início do projeto Africanidades, na U.E.B. Bernardina Spíndola. O projeto terá duração de três meses, com culminância prevista para o mês de fevereiro, quando do término do ano letivo. O professor Odilon Maia, gestor em exercício na unidade, disse que as atividades lúdicas fazem com que as crianças aprendam brincando. "Os gestos, os movimentos e a ludicidade contribuem para o desenvolvimento infantil e para o aprendizado de uma forma geral, e estão previstos na Base Nacional Comum Curricular", observou Odilon Maia.

Cristina Brito, professora do Infantil II na Bernardina Spíndola, contou que vai trabalhar com as crianças esta semana a identidade cultural por meio de histórias infantis, desenhos e pinturas, com o fim de despertar nos estudantes a capacidade de se reconhecerem e se aceitarem enquanto descendentes do povo africano. "Há uma grande diversidade na sala de aula e os alunos precisam respeitar e aceitar a si mesmos e ao próximo", comentou a educadora.

Um de seus alunos, Eduardo Aquino Santos, de seis anos, disse que gosta de todos os colegas e que é preciso respeitar cada um. "Tô desenhado o cabelo de Lelê, que vi hoje no filme. Ela é assim, como eu, e isso é legal", acrescentou Eduardo.

PEDACINHOS AFRICANOS

Já na U.E.B. Luís Augusto Monier Alves, bairro Gancharia, aconteceu a culminância do projeto "Descobrindo Pedacinhos Africanos em São Luís - MA", idealizado a partir da formação continuada, oferecida pela Núcleo de Currículo da Semed, para professores em Educação e Relações Étnico-Raciais pautada na Lei nº 10.639/03 que trata sobre estes assuntos no ambiente escolar.

Durante três meses a escola desenvolveu atividades com a intenção de propiciar uma reflexão acerca da introdução da cultura negra na sociedade brasileira. A programação contou com trabalhos coordenados pelas professoras da creche ao Infantil II envolvendo temáticas a exemplo de animais africanos; comidas; dança; música; contos; brinquedos e brincadeiras.

Na programação, as crianças da creche apresentaram coreografia dos animais africanos, brincadeiras e brinquedos. O Infantil I destacou a culinária e contos africanos, e a turma do Infantil II apresentou uma amostra da dança capoeira e tambor de crioula.

Para a professora Jeane Durans, trabalhar as relações étnico-raciais com crianças muito pequenas é um desafio. "Quando conseguimos ouvir as crianças de 3 a 5 anos se autointitular negras, e que gostam dos seus cabelos cacheados, nos faz acreditar no sucesso da proposta", disse. A professora ainda ressaltou que o projeto alcançou toda a comunidade escolar trazendo as famílias para dentro do espaço, discutindo com elas as relações, superando o preconceito de cor, de religiosidade e de gosto.

Gleice Coelho Ferreira, mãe de Klaywer Ferreira Pinheiro, 4 anos, parabenizou a escola pela iniciativa de levar os pais a interagirem no ambiente escolar. "Sempre que posso, participo das atividades do meu filho na escola. Acho importante essa parceria para o desenvolvimento da criança", disse.

A gestora da escola, Sônia Maria de Jesus Silva Nascimento, relatou que as crianças interagiram e participaram, dando uma resposta muito positiva a proposta. "Orientamos as crianças na construção da sua identidade, aceitação do diferente, e que somos iguais diante dos direitos e deveres. Todas as turmas, tanto do vespertino como do matutino, tiveram aceitação, bem como, melhorou a relação entre elas," completou a gestora.

Sara Santos e Sofia Barbosa, ambas de 5 anos, se cumprimentaram com a famosa umbigada, movimento coreográfico típico da dança tambor de crioula. No sorriso, as meninas expressavam a satisfação de participar daquele momento de alegria e diversão. "Eu amo dançar. Aprendi com a tia Jeane como devemos rodar a saia na hora da dança". Já Sofia, demonstrou a felicidade dançando em frente dos coleguinhas tocadores dos tambores.

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