quarta-feira, 26 de junho de 2019

Centrais sindicais chamam Dia Nacional de Mobilização para 12 de julho


Presidentes de partidos da oposição e-ou seus líderes de bancadas (PT, PCdoB, PSB, PSOL, PDT) reuniram-se com as Centrais Sindicais - 10 presentes - para aferir e alinhar os movimentos desta batalha. Representei Luciana Santos, nossa presidenta, ao lado de Gleise Hoffman, a outra presidenta presente.

Jandira Feghali coordenou a reunião, como líder da minoria. Clemente Ganz, do DIEESE apresentou uma Nota Técnica com avaliação penetrante das perdas que a “reforma” criaria no presente e futuro. Um dado alarmante que ele apresentou - além de desmontar os fundamentos da proposta - foi o de que, a massa salarial teve enorme elevação (265 bilhões ao ano) com a política de valorização do salário Mínimo - aumento de 74% - nos anos em que foi aplicada. Pois bem, só com a “economia da reforma”, em dez anos 1,2 trilhões de reais, estará se retirando 120 bilhões ao ano da massa salarial total do país (45% de redução); se considerados vinte anos, isso se eleva para 4,5 trilhões, 200 bi ao ano (um assalto de 75% sobre a massa salarial). 

Esses fundamentos foram ressaltados também pela abordagem de que a previdência e seguridade pública representam o maior e mais bem sucedido pacto social no país, reiterado e ampliado na Constituição de 1988. Seu desmonte e a constatação de que a diminuição da massa dos rendimentos previdenciários com a “reforma” retira todos os ganhos alcançados com a política de valorização do Salário Mínimo. E isso eleva o esgarçamento da sociedade brasileira, já muito fragmentada e polarizada, agravando sobremaneira a principal chaga secular do país, a desigualdade social.

Destacado também que a retirada dessa massa salarial da economia a congela, num país já em depressão econômica. Desvela-se assim a falácia reducionista de que ela é sagrada para “retomar a economia” porque supostamente voltariam os investimentos privados. Esse mantra reducionista vem sendo questionado até por economistas liberais. Não se recupera com subconsumo, falta de políticas anticíclicas e sem estímulo do investimento público como indução. Economia que não “roda” não estimula consumo, não arrecada, não enfrenta o déficit fiscal, não investe. Aí está o drama da depressão econômica do país, que não decola nem colapsa, mas produz efeitos sociais terríveis. 

Os dados apresentados pelas bancadas conta o relatório Samuel Moreira foram bem fundamentados e contaram com a concordância das Centrais. A mobilização foi programada para adiar a votação na Comissão Especial, mobilizar as forças populares ainda em julho, seguir explorando contradições das forças centristas com a “reforma”, sempre tendo por fundamento a votação contra o atual relatório. Há ainda um processo de acumulação de forças e de amplitude para o enfrentamento que se acerca, sabendo que os pregoeiros da reforma têm que reunir 308 votos em plenário, ainda não assegurados.

As Centrais, ao final, valorizaram publicamente o comportamento das bancadas e sua coordenação pela deputada Jandira. 


A luta continua.

Fonte: Portal Vermelho

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