Problemas não devem ser escondidos embaixo do tapete. O negacionismo quanto à gravidade do coronavírus ampliou dificuldades sanitárias no Brasil. Do mesmo modo, negar a existência ou a relevância de problemas ambientais atrapalha a nossa Nação. Por isso, no Fórum de Governadores da Amazônia Legal, ocorrido nesta semana, quando dialogamos sobre as temáticas ambientais, sublinhei a minha imensa preocupação, considerando o atual cenário nacional.
Temos o grande desafio de construir uma política ambiental facilitadora dos processos necessários ao nosso desenvolvimento, inclusive priorizando a bioeconomia. Entretanto, o caminho que temos visto é o inverso, pondo em risco a confiabilidade do Brasil e de seus produtos de exportação.
O soft power do Brasil ante o resto do mundo foi construído tendo como um dos pilares centrais o compromisso com a proteção ao Meio Ambiente. É preciso manter esta direção, estruturando uma imagem positiva com ações reais e projetos efetivos de valorização ao nosso ouro verde. Do contrário, o país sofrerá sanções pelas instâncias supranacionais e por outros mercados, afastando investimentos e oportunidades de desenvolvimento. A centralidade da agricultura, do pequeno ao grande porte, precisa ser reconhecida, porque resulta em benefícios econômicos e sociais para a população. Mas não podemos ter atividades produtivas implementadas de qualquer jeito, a qualquer custo. Sustentabilidade é palavra de ordem para o mundo, não pode ser diferente para o nosso país.
No Maranhão, a execução de ações intersetoriais tem potencializado os resultados de programas de apoio à proteção ambiental. Cito o programa Maranhão Verde, lançado em 2017, com foco em apoio a projetos de recuperação ambiental, impulsionados por transferência de renda para as comunidades participantes, a exemplo dos projetos Berço do Rio Itapecuru, no Parque Estadual do Mirador; e Floresta Protetora dos Mananciais, no Parque Estadual do Bacanga. Mais de 400 famílias estão sendo diretamente beneficiadas, e em breve vamos ampliar a ação para novos municípios.
Em outra vertente, temos o programa Maranhão sem Queimadas que atua na fiscalização e ações de combate a incêndios florestais, com equipes treinadas e aparelhadas, e monitoramento técnico contínuo por meio de Sala de Situação. Na última semana, entregamos mais 12 veículos equipados para reforçar o trabalho em campo, por intermédio do Corpo de Bombeiros.
Também valorizamos nossas áreas de preservação e estruturamos novos espaços de convivência para a população com os Parques Ambientais do Itapiracó, Rangedor e o da Lagoa da Jansen na capital, este último com revitalização concluída nesta semana. Em outras regiões do Estado, inauguramos os Parques de Balsas, Codó e Bacabeira, além de Timon, que será entregue na quarta-feira. E o projeto de expansão desses espaços públicos protegidos segue para outros municípios.
O nosso patrimônio ambiental precisa ser reconhecido, preservado e gerar economia sustentável. É o que temos feito no Maranhão. Torço para que o Brasil reconquiste seu lugar no mundo, deixando de ser visto como um vilão ambiental. O verde da nossa bandeira deve servir de permanente alerta quanto às nossas obrigações ambientais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário