A professora Rosimar Carvalho mora no município de São Mateus e dá aulas no povoado Cajueiro, onde ela acabou se apaixonando pelos produtos originados a partir de um dos principais recursos do extrativismo vegetal do Maranhão: a amêndoa do coco babaçu.
Hoje Rosimar ocupa a função de tesoureira do Grupo de Mulheres Babaçu é Vida, que em setembro do ano passado comemorou um ano de existência.
Com um leque diversificado de produtos fabricados à base da amêndoa do babaçu, como azeite, óleo, biscoito, sabão, sabonete, mesocarpo e farinha, o coletivo de mulheres iniciou 2020 com a meta de ampliar a lucratividade do negócio. Mas tudo mudou com a chegada repentina da crise sanitária decorrente da Covid-19.
“Mal começamos a pagar as trabalhadoras no final de dezembro e veio o caos. Parou quase tudo. Agora vendemos apenas quando aparece algum cliente. A venda dos produtos era o capital de giro do nosso negócio”, lamenta Rosimar.
Diante o cenário de incertezas provocado pelo contágio acelerado do novo coronavírus, Rosimar não sabia quando o coletivo de trabalhadoras poderia voltar a funcionar em sua plenitude, até o lançamento da plataforma ReSolVi (Rede Solidária de Comércio Virtual), espaço criado pela Secretaria de Estado do Trabalho e da Economia Solidária (Setres), para que empreendedores de todo território maranhense possam vender seus produtos e serviços, mesmo durante o período de distanciamento social causado pela pandemia.
Para Rosimar, a ReSolVi surge como “uma luz no fim do túnel” em meio à crise. “Pra gente, a expectativa é muito grande. A esperança agora é que a gente possa vender e que alguém olhe para a nossa causa”, diz.
O Grupo de Mulheres Babaçu é Vida hoje é um dos mais de 300 de pequenos empreendimentos maranhenses já cadastrados na plataforma ReSolVi.
“Com a ReSolVi vamos dar oportunidade para o pequeno negócio solidário ou familiar, o vendedor ambulante ou qualquer outro tipo de profissional autônomo que queira comercializar sua produção”, diz o secretário do Trabalho, Jowberth Alves.
“A expectativa é grande”
Quem também já fez o cadastro foi o artesão e músico ludovicense Eduardo Gonçalves. Cego desde o nascimento, Eduardo é autônomo e tem como fonte de renda a produção de artesanatos feitos com garrafas pet recicladas.
Com o fechamento das feiras de artesanato e economia solidária, o artesão acredita no potencial da plataforma ReSolVi para reduzir os impactos financeiros causados pela Covid-19.
“Do jeito que o mercado virtual hoje em dia está crescendo muito, eu creio que não vai ser tão diferente quanto a venda presencial. As pessoas olhando as fotos e vídeos dos produtos podem ser interessar e adquirir as peças à venda. Há dificuldades, nada é fácil. Mas a expectativa é grande e a gente tem que torcer para que tudo dê certo”, pontua Eduardo.
Essa também é a perspectiva de Deusilene Veloso, uma das artesãs da Associação das Mulheres Artesãs da Economia Solidária Luminense (Madesol), que há três anos produz bolsas, lápis, porta-canetas, jarros e flores artesanais a base da fibra de bananeira.
“A expectativa é que a plataforma dê certo e que as vendas possam sair. Até o momento a gente pensava que tínhamos sido esquecidas, mas a gente tá vendo que estão fazendo ações para nos ajudar”, conta.
Como e quem pode participar
Para participar do processo de comercialização no campo digital é necessário fazer o cadastro no site www.trabalho.ma.gov.br/Resolvi. Por meio do Instagram (@resolvicomerciovirtual), Facebook e Twitter (@somosresolvi), os empreendedores podem acompanhar o andamento do projeto e obter informações iniciais sobe o assunto.
Todos tipos de empreendimentos solidários e/ou familiares, microempreendedores, autônomos, prestadores de serviços e demais trabalhadores que atuam no setor formal ou informal da economia, em todo território maranhense podem usufruir da plataforma.
As inscrições podem ser feitas com Cadastro de Pessoa Jurídica ou Física – CNPJ ou CPF. O projeto visa ainda, capacitações para qualificação da produção e atendimento, assim também como articulação e acesso a uma linha de crédito especial junto às instituições financeiras.
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