segunda-feira, 12 de agosto de 2024

“Cultura não se faz de cima para baixo, cultura é para atender às necessidades da população”, declara Margareth Menezes


Durante a abertura do Encontro Nacional de Culturas e Periferias, na sexta (9), em Niterói (RJ), a
 ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou a importância de integrar a participação social no processo de construção de políticas públicas para o setor cultural.  Ela chamou atenção para o que é uma das prioridades do governo federal neste momento de retomada da cultura no país.

“Cultura não é uma coisa que se faz de cima para baixo, cultura se faz para atender às necessidades da população porque é a comunidade que diz o que ela está precisando. É preciso respeitar a cultura brasileira como um ativo e um tesouro que nós temos”, declarou.

A abertura do Encontro de Culturas e Periferias foi marcada também por uma apresentação do Jongo do Vale do Café, expressão artística de origem africana, base da cultura popular brasileira.

“Hoje a gente tem o samba, na Bahia tem o samba reggae, tem o samba funk, precisamos valorizar nossas raízes. Esses lugares que guardam essas memórias, têm um valor enorme, e faz com que a gente possa traçar um mapa de tudo que se construiu na história da nossa sociedade. Assim, também o patrimônio histórico, patrimônio material e imaterial, tem um valor imenso”, declarou a ministra da Cultura.

Investimentos

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também participou da abertura do evento. Ele citou a aprovação de leis importantes, como a que regulamenta o Sistema Nacional de Cultura e o Marco Regulatório do Fomento à Cultura, como legados importantes dessa gestão. Padilha também assinou termos de investimento para reforma do cinema de Icaraí, bairro de Niterói, e na mobilidade urbana, demonstrando que as políticas públicas precisam ser pensadas de forma transversal.

“O que transforma as cidades é a cultura, a produção cultural, e o povo ter acesso à cidade. E não é possível o povo ter acesso à cidade sem mobilidade urbana. Para gente ir da periferia para o centro, para trabalhar, para ir pra igreja, para encontrar a família, para produzir cultura, lazer, a gente precisa cada vez mais ter transporte coletivo confortável, digno e sustentável”, declarou.

Programa Nacional dos Comitês de Cultura

O evento serviu também como apresentação do Comitê de Cultura do Rio de Janeiro, que já está em atuação dentro da estratégia de nacionalizar o acesso às políticas públicas, por meio do Programa Nacional dos Comitês de Cultura (PNCC). Para a secretária dos Comitês de Cultura (SCC) do MinC, Roberta Martins, todas essas atividades não são apenas simbólicas, mas sim basilares do debate político.

“A arte se produz nos territórios, ela é feita pela gente de todo canto, mas a inventividade, a criatividade, a imaginação das periferias, muitas vezes, é a forma de reconhecimento de uma existência que nos é socialmente negada. É uma forma de romper ciclos de exclusão simbólicas e materiais, é promoção de solidariedade, de fortalecimento dessas sociabilidades. Não é só uma questão simbólica, essa é uma questão central também do ponto de vista da inclusão econômica e produtiva”, defendeu a secretária.

Anfitriões

A presidente da Fundação de Arte de Niterói, Micaela Costa, como gestora pública de cultura da cidade, ficou responsável por dar as boas vindas aos participantes do Encontro. Na saudação, ela explicou que levar a produção das periferias para todos os equipamentos de cultura de Niterói é uma das ações que ajudam a valorizar os territórios. “Teve passinho no Teatro Municipal de Niterói, teve batalha de MC, o Teatro Municipal de Niterói é um lugar que vai abraçar a cultura. Aqui a cultura periférica tem voz e vez e é muito valorizada”, declarou. O prefeito de Niterói, Axel Grael, seguiu o mesmo tom. “Vocês estão numa cidade que valoriza, que prestigia e que tem muito investimento nessas atividades”.

Representando a Frente Parlamentar em Defesa da Arte e Cultura Periférica, o deputado federal Alfredinho destacou o ineditismo do Encontro. “Eu não vi nenhum governo fazer um encontro como esse, com as periferias. É assim que a gente mostra um jeito de governar diferente, quando a gente retoma o Ministério da Cultura, define prioridades, de acordo com as maiores necessidades”.

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